São Paulo, domingo, 02 de setembro de 2007

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Rua no Itaim Bibi vira pólo gourmet

Ran é a mais nova casa de trecho gastronômico da rua Manuel Guedes

Entre as ruas Joaquim Floriano e Tabapuã, via tem ainda o tailandês Nam Thai, o francês Cantaloup e o japonês Kirin

JANAINA FIDALGO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Manuel Guedes, como outras tantas ruas do Itaim Bibi, abriga um sem-número de restaurantes, entre eles o Due Cuochi Cucina. O que chama atenção, no entanto, é a concentração de casas em um tranqüilo quarteirão, entre as ruas Joaquim Floriano e Tabapuã.
Com jeitão residencial, a quadra reforçou sua vocação gastronômica com a chegada de um novo morador, o japonês Ran, inaugurado há dois meses. É o quarto restaurante da rua.
Apesar de, ao procurarem o ponto, os proprietários terem focado no bairro, e não exatamente na rua, a vizinhança de restaurantes que veio no pacote é encarada como um bônus.
"Quando há muitos restaurantes na mesma rua, as casas se potencializam", diz Rogério Frug, sócio e chef do Ran. "Como estamos no fim do quarteirão, há clientes de outros restaurantes que entram aqui para conhecer e depois voltam."
Na mesma calçada, um pouco mais adiante, fica o Cantaloup, restaurante mais antigo do quarteirão e o único não-asiático. "A rua agora está meio Chinatown", brinca o chef Renato Carioni. "Nossa proposta é diferente. O cliente vem ao Cantaloup determinado com o que quer, focado. Não fala: "Vou passar lá na Manuel Guedes e escolher onde vou comer"."
Do outro lado da rua, fica o Kirin, a casa menos interessante da via gastronômica. Inaugurado em junho, infelizmente já não serve mais pratos chineses. A cozinha japonesa segue em atividade, mas hoje acompanhada por um bufê de comida brasileira.
Segundo a se instalar ali, o tailandês Nam Thai já chegou a receber clientes enganados, que, depois de algum tempo, percebiam ter entrado no restaurante "errado". "Ninguém tira público de ninguém. Quanto mais gente vier para cá, melhor", diz David Zisman, proprietário do tailandês.
E não são só clientes que as casas compartilham: a mesma empresa de valet atende os quatro (cada um tem seu manobrista); eles trocam informações sobre fornecedores e prestadores de serviço e, quando falta algum ingrediente, pedem socorro ao vizinho.
"Logo no começo, calculei mal e precisei de limão. Cheguei com uma cestinha no Nam Thai, pedindo para me arrumarem um quilo. Da mesma forma, eles já precisaram de gelo, e eu ajudei", diz Frug.


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