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São Paulo, segunda-feira, 03 de março de 2003

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CINEMA

Continuação de longa-metragem de 1967 recicla personagens e trilha sonora da saga do menino lobo da Disney

Sequência de "Mogli" é somente desnecessária

Divulgação
Cena de "Mogli, o Menino Lobo 2", fraca continuação da Disney para o clássico de 1967


DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O menino lobo está de volta. Voltou de onde, papai? Talvez para evitar essa pergunta incômoda, os estúdios Disney resolveram contar a história do sucesso de 1967 de novo. Os mesmos personagens, as mesmas canções, o mesmo cenário e basicamente os mesmos conflitos compõem este "Mogli, o Menino Lobo 2", mais uma reciclagem do que uma continuação do desenho dirigido por Wolfgang Reitherman e supervisionado pelo próprio Walt Disney (1901-1966).
O que a tecnologia acrescenta -técnicas de iluminação, profundidade, saturação de cores, som digital...- é na verdade muito pouco para que este Mogli versão 2.0 possa fazer a mínima sombra ao original: o primeiro, com o apoio de um divertido e quase hippie urso Balú e de uma seleção de deliciosos jazzes, como o inesquecível "Somente o Necessário" ("Bare Necessities"), é de fato um marco no mundo dos desenhos animados. Não é à toa que, desde a sua estréia, a produção já voltou aos cinemas em outras três ocasiões (1978, 1984 e 1990).
Rodar o segundo é, no mínimo, desnecessário. Nele, o estreante Steve Trenbirth não faz mais que inverter os vetores da versão da década de 1960. Se lá o conflito de Mogli era justamente deixar a selva ("Você não vai querer se casar com uma pantera", aconselhava o urso Balú), nesta continuação o herói se vê diante da tentação de voltar a viver na floresta ("Podemos tirar o menino da selva, mas não podemos tirar a selva do menino", pondera o bondoso aldeão que acolhe Mogli em sua casa). Típico caso em que a cópia corre o risco de estragar a sua matriz.


Mogli, o Menino Lobo 2
The Jungle Book 2
 
Direção: Steve Trenbirth
Produção: EUA/Australia, 2003



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