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CINEMA
Continuação de longa-metragem de 1967 recicla personagens e trilha sonora da saga do menino lobo da Disney
Sequência de "Mogli" é somente desnecessária
Divulgação
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Cena de "Mogli, o Menino Lobo 2", fraca continuação da Disney para o clássico de 1967 |
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O menino lobo está de volta.
Voltou de onde, papai? Talvez para evitar essa pergunta incômoda, os estúdios Disney resolveram contar a história do sucesso de 1967 de novo. Os mesmos
personagens, as mesmas canções,
o mesmo cenário e basicamente
os mesmos conflitos compõem
este "Mogli, o Menino Lobo 2",
mais uma reciclagem do que uma
continuação do desenho dirigido
por Wolfgang Reitherman e supervisionado pelo próprio Walt
Disney (1901-1966).
O que a tecnologia acrescenta
-técnicas de iluminação, profundidade, saturação de cores,
som digital...- é na verdade muito pouco para que este Mogli versão 2.0 possa fazer a mínima sombra ao original: o primeiro, com o
apoio de um divertido e quase
hippie urso Balú e de uma seleção
de deliciosos jazzes, como o inesquecível "Somente o Necessário"
("Bare Necessities"), é de fato um
marco no mundo dos desenhos
animados. Não é à toa que, desde
a sua estréia, a produção já voltou
aos cinemas em outras três ocasiões (1978, 1984 e 1990).
Rodar o segundo é, no mínimo,
desnecessário. Nele, o estreante
Steve Trenbirth não faz mais que
inverter os vetores da versão da
década de 1960. Se lá o conflito de
Mogli era justamente deixar a selva ("Você não vai querer se casar
com uma pantera", aconselhava o
urso Balú), nesta continuação o
herói se vê diante da tentação de
voltar a viver na floresta ("Podemos tirar o menino da selva, mas
não podemos tirar a selva do menino", pondera o bondoso aldeão
que acolhe Mogli em sua casa). Típico caso em que a cópia corre o
risco de estragar a sua matriz.
Mogli, o Menino Lobo 2
The Jungle Book 2
Direção: Steve Trenbirth
Produção: EUA/Australia, 2003
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