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MÚSICA
Shows apresentam "Primeiro Passo", do cantor e compositor paulista Celso Sim, lançamento de estréia do selo Ió
Teatro Oficina lança seu braço musical
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Reportagem Local
O Teatro Oficina, de José Celso
Martinez Corrêa, expande suas atividades e cria um selo musical, o
Ió, com projeto principal de editar
em disco as trilhas sonoras de seus
espetáculos teatrais.
O lançamento de estréia do Ió é
"Primeiro Passo", primeiro disco
solo do cantor e compositor paulistano Celso Sim, 29, que ocupa o
palco do Oficina hoje e amanhã para apresentar seu trabalho.
Sim é também diretor do Ió e foi
ator do grupo de Zé Celso. "Minha
relação com ele sempre se deu pela
música. Sempre insisti que o Oficina precisava ter um selo. Pedi a ele
e foi aceito", conta.
"Sou diretor do selo sem vínculo
empregatício", continua. "Saí do
grupo porque minha relação com
Zé Celso estava desgastada. Eu era
o braço direito musical dele, mas
fiquei sem diálogo. Bastou eu sair
para o diálogo voltar."
Sim é afirmativo ao sublinhar a
seriedade do projeto Ió: "Pode não
ser tão organizado como o selo
Chaos, da Sony, mas é um selo de
verdade. Temos projetos para daqui a dez anos. O objetivo é lançar
todas as trilhas do Oficina, começando das peças dos anos 90 e voltando até "O Rei da Vela" (67)".
O próximo lançamento, se depender da vontade do grupo, será a
trilha de "Bacantes", que Sim prevê para abril de 2000.
"Por uma questão de desorganização, as fitas com as canções sumiram. Talvez eu tenha que regravá-las com voz e violão para produzir o disco, mas já temos certo o
uso do estúdio do Sesc Vila Mariana para gravar. A idéia é fazer um
disco duplo e um livro com o texto
da peça" afirma o cantor.
"Primeiro Passo", apesar de ser a
estréia solo de Celso Sim, não é seu
primeiro disco. Antes, dividiu "Pedra Bruta" (92) com o maldito Jorge Mautner, responsável maior pela identidade musical de Sim.
"Eu fazia teatro com Miriam Muniz, foi ela quem me mostrou livros do Mautner. Um belo dia, na
avenida Paulista, vi aquele homem
de terno, lindíssimo. Foi uma cantada mesmo, fiz ele vir atrás de
mim. A cantada virou música."
É Mautner então, em parte, o responsável pelo teor tropicalista do
trabalho de Sim. "Durante oito
anos, tive uma convivência virulenta com ele. Se Mautner é, como
diz Caetano, o avô do tropicalismo, então aprendi música com o
avô do tropicalismo", resume.
Nos shows desta semana, Sim
dosa o repertório do disco com
reinterpretações de "Maracatu
Atômico", de Mautner e Nelson Jacobina, e "O Homem da Gravata
Florida", de Jorge Ben.
Renato Borghi faz participação
hoje, incorporando Dalva de Oliveira em canções de Herivelto
Martins, Lupicinio Rodrigues e
Nelson Cavaquinho. Amanhã é a
vez das atrizes/cantoras Denise
Assunção e Beatriz Azevedo.
Show: Primeiro Passo
Artista: Celso Sim
Onde: Teatro Oficina (r. Jaceguai, 520, Bela
Vista, tels. 3104-0678 ou 3106-2818)
Quando: hoje e amanhã, às 21h30
Quanto: R$ 5
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