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TEATRO
Christiane Tricerri encena fases da vida da musa modernista
Pagu sobe ao palco em três facetas
TEREZA NOVAES
DO GUIA DA FOLHA
As várias facetas da musa modernista Patrícia Galvão (1910-1962) entram em cena em "Pagu
Que.", espetáculo que estréia hoje
no Sesc Belenzinho.
Poeta, desenhista, militante política, jornalista e dramaturga, Pagu faz parte do rol de personagens
verídicos da minissérie global
"Um Só Coração", que tem como
cenário a vida cultural paulistana
da primeira metade do século 20.
A peça retrata essa multiplicidade através de três Pagus, interpretadas por Majeca Angelucci (a revolucionária antropofágica), Sabrina Greve (a militante comunista) e Christiane Tricerri (a Pagu-Gim, que representa a personagem durante a prisão).
"A peça se passa na cabeça de
Pagu-Gim, que traz as outras duas
para a cena", diz Tricerri, responsável pela dramaturgia e pela direção da peça.
Para criar o texto, Tricerri fez
pesquisas durante dois anos sobre
a obra e a história de Pagu -consultou inclusive o filho dela com
Oswald de Andrade, Rudá de Andrade- e se apropriou de versos
de autoria de Pagu e da personagem Rosinha Lituana, protagonista de "Parque Industrial", o romance proletário escrito na década de 30.
"Li "Parque Industrial" pela primeira vez aos 13 anos. É um texto
com linguagem de videoclipe, que
tem bastante influência do Oswald, além de um forte lado político", conta Tricerri.
O resultado é um espetáculo
fragmentado, que, segundo sua
autora, retrata a personagem "por
dentro". "Ela já era multimídia, e
eu quis juntar tudo isso na dramaturgia. No fim da vida, ela se torna
uma mulher de teatro."
Esse final "teatral" de Pagu deve
estar também na TV. "Pagu tenta
o suicídio, consegue se aprumar
de novo, entra para a EAD, estuda
teatro e mantém uma bela relação
com Geraldo Ferraz", adianta o
co-autor de "Um Só Coração", Alcides Nogueira.
PAGU QUE.. Onde: Sesc Belenzinho
- galpão 1 (av. Álvaro Ramos, 915, Quarta
Parada, região leste, tel. 6602-3700).
Quando: sáb. e dom., às 19h30. Até 23/5.
Quanto: R$ 15.
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