São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2007
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Autoras investigam realismo na peça "Atos de Violência"
Beatriz Carolina Gonçalves e Marici Salomão estréiam textos sobre exclusão
VALMIR SANTOS DA REPORTAGEM LOCAL O realismo que tem em Plínio Marcos (1935-99) um dos alicerces no teatro brasileiro encontra duas interlocutoras contemporâneas na cidade. Beatriz Carolina Gonçalves e Marici Salomão investigam o gênero em "Atos de Violência", a partir de hoje no Espaço dos Satyros 1. Dirigido por Hélio Cícero, o espetáculo discute a violência urbana por meio de dois textos. Em "Shangrilá", de Salomão, dois jovens justiceiros (Marcelo Pacífico e Rogerio Brito) vaticinam sobre a importância da "faxina" no cortiço em que moram. Eles levam fé no "tiro de misericórdia" em sua guerra pela paz no pedaço. E deixam entrever fragilidade, carência e paradoxal coragem em se atirar para a vida sem rede. Mais que o retrato, importa o realismo que exponha "as contradições das almas" envolvidas, como diz Salomão, 43. "Pelo momento em que passa o país, é tão fácil quanto perigoso discutir a violência urbana, um modismo que pode acometer tanto a arte quanto a política." A intenção é tratar os excluídos sem condescendências. Em "Umzé", Gonçalves, 47, compõe a trajetória de duas mulheres (Lucia Romano e Thereza Piffer) que dividem a cela num presídio. "Parto da exclusão social como violência que gera mais violência", diz a autora. O analfabetismo crônico, a chupeta e a imagem do colo dão indícios de uma pátria-mãe que abandona seus filhos. Gonçalves escreve para teatro desde 1993. Salomão, desde 1995. Há um ano e meio, as duas integram o grupo de estudos Dramáticas em Cena, do qual "Atos de Violência" é o primeiro projeto -contraponto do teatro de autor à escrita colaborativa (em geral, nascida de improvisos). Está prevista para junho encenação de textos de Cláudia Vasconcellos e Vera de Sá. O terceiro passo é reunir as quatro autoras em um só espetáculo, tendo Silvana Garcia como dramaturgista. ATOS DE VIOLÊNCIA Onde: Espaço dos Satyros 1 (pça. Franklin Roosevelt, 134, tel. 3258-6345) Quando: estréia hoje, às 21h; ter. e qua., às 21h; até 6/6 Quanto: R$ 20 Texto Anterior: Mostra reúne os melhores filmes do ano passado Próximo Texto: Encontro em São Paulo homenageia palhaços com espetáculos e debates Índice |
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