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O ator e advogado Lori Santos, que interpreta "Carta Aberta"

DA REPORTAGEM LOCAL

O Itaú Cultural encerra o ciclo de debates do projeto Investigações: O Trabalho do Artista no Teatro com um espetáculo que propõe, justamente, um exercício de pensamento sobre o teatro.
A montagem brasileira de "Carta Aberta", a peça-conferência do francês Denis Guénoun, que fez sua estréia mundial no Festival de Avignon, em 97, será apresentada de hoje a domingo.
O monólogo tem a forma de uma longa carta endereçada a um jovem administrador de teatro. Seu conteúdo trata da atividade cênica no mundo contemporâneo, das definições etimológicas, da função social, da formação do ator, do papel da imprensa e do sistema de subvenções.
Tradução, adaptação e direção são de Fernando Kinas. A interpretação é de Lori Santos.
Filósofo, músico, dramaturgo e diretor, Guénoun faz uma revisão crítica dos clássicos, como Shakespeare, Corneille e Molière. Quando foi encenado em Avignon, o texto causou impacto sobretudo entre os profissionais do teatro. O autor critica também as encenações "apáticas, que não dialogam com o público".
Mesmo tratando de temas relacionados ao teatro e à arte em geral, "Carta Aberta" pretende atrair um público leigo, conquistando-o com argumentação e amplitude dos temas abordados.
"É preciso pensar para que os teatros perdurem. Sem um pouco de pensamento os teatros estão perdidos", afirma Guénon.
Para Fernando Kinas, a peça-conferência "é uma reflexão encenada que utiliza os recursos desenvolvidos pelo próprio teatro".
Kinas é pesquisador teatral e mestre formado pela Universidade Sorbonne Nouvelle, na França. Dirigiu oito espetáculos, entre eles "Um Artista da Fome", adaptação da obra homônima de Franz Kafka. Atualmente, prepara a montagem de "Tudo o Que Você Sabe Está Errado", baseada em textos de René Descartes, sem previsão de estréia.
Nos últimos dois dias, o projeto Investigações: O Trabalho do Artista no Teatro reuniu os diretores Antônio Araújo, Luiz Carlos Vasconcelos e Enrique Diaz, além das atrizes Bete Coelho, Leona Cavalli e Gabriela Flores.
Divididos em mesas diferentes, eles discutiram com o público o processo de criação em suas respectivas áreas. A programação faz parte do eixo curatorial do Itaú Cultural para este ano, dedicado às investigações nas artes contemporâneas.


Peça: Carta Aberta, de Denis Guénoun Onde: Itaú Cultural sala Azul (av. Paulista, 149, tel. 238-1816) Quando: estréia hoje, às 21h; de qui. a sab., às 21h; dom., às 19h. Até 6/8 Quanto: entrada franca (retirar ingressos com antecedência)


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