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Show reúne veteranos do samba do Rio e de SP
Nó em Pingo d"Água recebe Elton Medeiros e Eduardo Gudin no Sesc Pinheiros
Repertório da apresentação, hoje e amanhã, inclui faixas do grupo instrumental, além de releituras de clássicos do gênero
ANA LAURA NAHAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O carioca Elton Medeiros, 77,
tem o samba sempre à mão, feito sozinho ou em parcerias com
Zé Kéti ("Mascarada"), Paulinho da Viola ("Recomeçar",
"Ame") e Cartola ("O Sol Nascerá"). O paulista Eduardo Gudin, 57, compositor sutil que
ajudou a renovar o gênero entre seus conterrâneos, também. Parceiros em composições como "Estrela" e "Mundo", os dois encontram o grupo
Nó em Pingo d'Água, criado em
1979 no Rio, para shows hoje, às
21h, e amanhã, às 18h, no Sesc
Pinheiros, em São Paulo.
O repertório inclui faixas dos
seis discos do grupo instrumental e releituras das clássicas "Sinal Fechado" e "Timoneiro", de um dos artistas que
os unem -Paulinho da Viola,
com quem Medeiros compôs
"Onde a Dor Não Tem Razão";
Gudin gravou "Ainda Mais" no
recente "Acústico MTV" e o Nó
em Pingo d"Água homenageou
em CD de 2004.
"Vimos no show uma oportunidade de receber dois ilustres
sambistas, dois amigos de longa
data, dois parceiros", diz Celsinho Silva, 50, pandeiro e percussão do Nó em Pingo d'Água.
Canções como "Verde" (de
Gudin com J.C. Costa Netto) e
"Peito Vazio" (de Medeiros
com Cartola) também estarão
no programa deste fim de semana, que Medeiros vê como
ação entre amigos, sem grandes
expectativas. "Acho que sou
muito novinho para ter expectativa, né?", ironiza ele, que dividiu o palco com Gudin no mês
passado numa homenagem ao
compositor Paulo Vanzolini
("Ronda", "Volta por Cima") e
que tampouco vê novidade em
se apresentar no Sesc ("Todos
os anos estou em algum aí").
Apesar disso, o veterano
sambista -que integrou, na década de 60, o conjunto A Voz do
Morro, ao lado de Paulinho da
Viola, Jair do Cavaquinho, Zé
Kéti e Nescarzinho do Salgueiro- exalta os músicos do projeto. "Estarei num contexto agradável, devido à qualidade dos
companheiros. Será um prazer
reencontrá-los", completa.
Cordialidade
Gudin faz coro, exaltando os
instrumentistas que integram
o Nó (além de Celsinho Silva,
Mário Sève no sax e flauta, Papito no baixo, Rodrigo Lessa no
bandolim e Rogério Souza no
violão) e destacando a cordialidade que cerca a apresentação.
"Me sinto meio em casa, porque já fiz muita coisa com Elton, embora nunca um show
inteiro. Tenho uma ligação forte com o Celsinho e considero o
Nó em Pingo d"Água um grupo
fantástico. Tocar com eles é
uma oportunidade rara", afirma o violonista, revelado como
compositor no Festival de Música da Record de 1968, com
"Choro do Amor Vivido".
De sua autoria, o Nó toca o
choro "Pensamento". "Eles farão também uma versão instrumental de "Deixa" (Baden Powell e Vinicius de Moraes) e faremos juntos algumas composições minhas cantadas, como
"Ainda Mais" e "Verde'", adianta.
Para ele, único "local" da noite, a velha briga entre paulistas
e cariocas não ecoa no samba.
"Estou entre os dois, sou como
uma ponte entre eles. O Rio
sempre foi generoso comigo.
Rixa é bobagem", determina.
NÓ EM PINGO D'ÁGUA, EDUARDO GUDIN E ELTON MEDEIROS
Quando: hoje (21h); amanhã (18h)
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme,
195, tel. 3095-9400)
Quanto: R$ 15 e R$ 7,50
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