São Paulo, sábado, 03 de novembro de 2007

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Show reúne veteranos do samba do Rio e de SP

Nó em Pingo d"Água recebe Elton Medeiros e Eduardo Gudin no Sesc Pinheiros

Repertório da apresentação, hoje e amanhã, inclui faixas do grupo instrumental, além de releituras de clássicos do gênero

ANA LAURA NAHAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O carioca Elton Medeiros, 77, tem o samba sempre à mão, feito sozinho ou em parcerias com Zé Kéti ("Mascarada"), Paulinho da Viola ("Recomeçar", "Ame") e Cartola ("O Sol Nascerá"). O paulista Eduardo Gudin, 57, compositor sutil que ajudou a renovar o gênero entre seus conterrâneos, também. Parceiros em composições como "Estrela" e "Mundo", os dois encontram o grupo Nó em Pingo d'Água, criado em 1979 no Rio, para shows hoje, às 21h, e amanhã, às 18h, no Sesc Pinheiros, em São Paulo.
O repertório inclui faixas dos seis discos do grupo instrumental e releituras das clássicas "Sinal Fechado" e "Timoneiro", de um dos artistas que os unem -Paulinho da Viola, com quem Medeiros compôs "Onde a Dor Não Tem Razão"; Gudin gravou "Ainda Mais" no recente "Acústico MTV" e o Nó em Pingo d"Água homenageou em CD de 2004.
"Vimos no show uma oportunidade de receber dois ilustres sambistas, dois amigos de longa data, dois parceiros", diz Celsinho Silva, 50, pandeiro e percussão do Nó em Pingo d'Água.
Canções como "Verde" (de Gudin com J.C. Costa Netto) e "Peito Vazio" (de Medeiros com Cartola) também estarão no programa deste fim de semana, que Medeiros vê como ação entre amigos, sem grandes expectativas. "Acho que sou muito novinho para ter expectativa, né?", ironiza ele, que dividiu o palco com Gudin no mês passado numa homenagem ao compositor Paulo Vanzolini ("Ronda", "Volta por Cima") e que tampouco vê novidade em se apresentar no Sesc ("Todos os anos estou em algum aí").
Apesar disso, o veterano sambista -que integrou, na década de 60, o conjunto A Voz do Morro, ao lado de Paulinho da Viola, Jair do Cavaquinho, Zé Kéti e Nescarzinho do Salgueiro- exalta os músicos do projeto. "Estarei num contexto agradável, devido à qualidade dos companheiros. Será um prazer reencontrá-los", completa.

Cordialidade
Gudin faz coro, exaltando os instrumentistas que integram o Nó (além de Celsinho Silva, Mário Sève no sax e flauta, Papito no baixo, Rodrigo Lessa no bandolim e Rogério Souza no violão) e destacando a cordialidade que cerca a apresentação. "Me sinto meio em casa, porque já fiz muita coisa com Elton, embora nunca um show inteiro. Tenho uma ligação forte com o Celsinho e considero o Nó em Pingo d"Água um grupo fantástico. Tocar com eles é uma oportunidade rara", afirma o violonista, revelado como compositor no Festival de Música da Record de 1968, com "Choro do Amor Vivido".
De sua autoria, o Nó toca o choro "Pensamento". "Eles farão também uma versão instrumental de "Deixa" (Baden Powell e Vinicius de Moraes) e faremos juntos algumas composições minhas cantadas, como "Ainda Mais" e "Verde'", adianta.
Para ele, único "local" da noite, a velha briga entre paulistas e cariocas não ecoa no samba. "Estou entre os dois, sou como uma ponte entre eles. O Rio sempre foi generoso comigo.
Rixa é bobagem", determina.


NÓ EM PINGO D'ÁGUA, EDUARDO GUDIN E ELTON MEDEIROS
Quando: hoje (21h); amanhã (18h)
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel. 3095-9400)
Quanto: R$ 15 e R$ 7,50



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