|
Próximo Texto | Índice
Crítica/Paralela
Apesar de comercial, mostra cresce e atinge melhor edição
Obras de destaque dialogam com espaço da Paralela, organizada por galerias de SP
Rafael Hupsel - 23.out.08/Folha Imagem
|
|
Obra da artista Sandra Cinto em exposição na 4ª edição da Paralela, que termina domingo, nos galpões do Liceu de Artes e Ofícios
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em sua quarta versão, a
Paralela, mostra organizada por galerias paulistanas simultaneamente à
Bienal de São Paulo, chega à sua
edição mais madura.
Não é mais um amontoado
de trabalhos díspares, pois agora, segundo a curadoria de Rodrigo Moura, não há mais uma
cota de artistas fechada por galeria. Com isso, o curador conseguiu maior liberdade para organizar de fato uma exposição,
decidindo a lista de artistas, ao
invés de se responsabilizar apenas pela seleção de obras e sua
colocação no espaço.
Assim, "De Perto e de Longe", o título desta Paralela, é
uma reunião coesa, com trabalhos que possuem uma poética
alinhada num sentido próximo.
Mesmo assim, ainda é uma
exposição um tanto tradicional, para não se dizer comercial
-afinal são poucos os artistas
que criaram obras novas, e a
maioria dos formatos, com algumas exceções, é mesmo
"prêt-à-porter", facilitando as
vendas tanto para compradores como para vendedores.
Diálogo com o espaço
Como costuma ocorrer em
exposições coletivas desse porte, aliás, sobressaem-se justamente essas exceções, em trabalhos que conseguem um melhor diálogo com o espaço, uma
descoberta desta Paralela, os
ótimos galpões do Liceu de Artes e Ofícios.
Nesse sentido, um dos trabalhos mais notáveis é "Para
Goeldi Silêncio", de Nuno Ramos, um baixo relevo escavado
no próprio chão do local e
preenchido com óleo queimado, o que faz o teto e o entorno
se refletir na gravura de Oswaldo Goeldi (1895-1961), que serve como tema para a obra.
Outro trabalho que se sobressai é a instalação do argentino radicado no Brasil Nicolás
Robbio. Por meio de três projetores, Robbio cria a impressão
de que janelas reais deixam
passar luzes, quando o conjunto trata da questão da representação -tema que o artista costuma abordar em seus trabalhos, mas que chega nesse a
uma de suas mais surpreendentes versões.
Fotografia em destaque
Ainda com intervenções no
espaço, Lucia Koch e Márcia
Xavier criam trabalhos também potentes, que lidam com
luz e transparência.
Em se tratando de uma mostra com caráter nacional, não
deixa de ser relevante como a
fotografia é uma linguagem
com grande destaque.
Isso pode ser comprovado
por meio de artistas como
Claudia Andujar, Rosangela
Rennó, Rochelle Costi, Miguel
Rio Branco e Mauro Restiffe,
cada um apontando para distintas possibilidades no trabalho fotográfico.
"De Perto e de Longe" é uma
mostra que acerta ainda ao incorporar obras de um passado
recente, como as de Antonio
Dias e Artur Barrio, mostrando
que a vitalidade da produção
atual tem fortes raízes.
PARALELA DE PERTO
E DE LONGE
Quando: ter. a sex., das 12h às 18h;
sáb. e dom., das 10h às 18h; até domingo (7/12)
Onde: galpões do Liceu de Artes e
Ofícios (r. João Teodoro, 565; tel.
0/xx/11 7040-1743; livre
Quanto: entrada franca
Avaliação: bom
Próximo Texto: Cinema: Sesc Vila Mariana recebe festival de curtas-metragens Índice
|