São Paulo, segunda-feira, 04 de fevereiro de 2008 |
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Criolina faz festa off-Carnaval com mescla de estilos Duo de artistas maranhenses, que junta música latina, drum'n'bass e tropicalismo, toca hoje no Grazie a Dio! Apresentação da dupla, radicada há nove meses em São Paulo, traz canções que passeiam por uma MPB com sotaque mais regional
RAQUEL COZER DA REPORTAGEM LOCAL Vai ter "Aurora" em versão ska e "Chiquita Bacana" com base funk. E isso será o mais próximo de um Carnaval a que o repertório do Projeto Criolina chegará hoje à noite, às 23h, no Grazie a Dio!. "É só pra dar um climinha", diz Alê Muniz, 39, que toca ao lado da mulher e parceira no projeto, Luciana Simões, 31, em show centrado nas faixas de "Criolina" (2007). "Quisemos incluir algo que tivesse a ver com a data, mas nem nossas marchinhas são marchinhas ao pé da letra", diz Luciana. A mescla de estilos segue a cartilha do duo de artistas maranhenses radicados em São Paulo, cuja fórmula mantém o sotaque regional ao mesmo tempo em que aceita influências da música latina, do drum'n'bass e do tropicalismo. A afinidade musical que resultou no Criolina (e no casório) foi descoberta há quatro anos. Muniz vinha de um trabalho solo, abrindo shows para Pato Banton e The Wailers, entre outros, e Luciana cantava numa banda de reggae, mas foram os planos de experimentar com o eletrônico que deram unidade ao projeto. Unidos os trapos, o gênero acabou deixando de ser o centro da busca por novas sonoridades. "Nossas primeiras músicas tinham essa cara mais eletrônica, numa brincadeira com o funk, o rock e o rap, mas daí fomos amadurecendo as idéias, gostando de uma coisa mais humana. E isso deu mais vida ao CD, porque, quando a gente imprime sons muito datados, fica velho logo", avalia Muniz. Menos comprometidos com os grilhões eletrônicos, os dois fizeram o que chamam de passeio pela música popular brasileira. "É acima de tudo MPB, mas não de violãozinho, e sim de música regional. Essa coisa meio latina, meio caribenha, é comum nos Estados ao norte do país, mas não costuma chegar aqui", diz o violonista e guitarrista, que divide os vocais (e as composições) com Luciana. A latinidade aparece em "Banguela", com um toque de Mutantes, e também no bolero cafona "Veneno" ("Be my chuchu, docinho de caju [...], be my sunshine, my Copacabana dream", pede a letra), enquanto a brasilidade vem em faixas como "Pra te Ensinar o B a Bá". Sobre o palco, com banda, o duo dá espaço até para um Roberto Carlos mais apimentado, com guitarras distorcidas. Entre SP e São Luís Este será o primeiro Carnaval da dupla em São Paulo, onde vive há nove meses, embora o contato com a cidade seja bem anterior. A própria idéia de formar o Criolina nasceu por aqui, em outra fase paulistana de Muniz. Mas foi em São Luís que a prolífica veia criativa da dupla tomou forma -mais precisamente, a de 27 músicas, das quais 15 estão no álbum. As faixas que ficaram de fora do álbum estão no show de hoje e também no que acontece no dia 13 no Sesc Santana. "Montamos nossa base aqui na Pompéia [bairro da capital] para divulgar nosso trabalho, mas não queremos sucesso. Queremos só que as pessoas conheçam um pouquinho nossa música", conta Luciana. PROJETO CRIOLINA Quando: hoje, às 23h Onde: Grazie a Dio! (r. Girassol, 67, Vila Madalena, tel. 3031-6568) Quanto: R$ 15 (couvert artístico) Próximo Texto: Duo criou festa de rua no Maranhão Índice |
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