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Trupe tcheca traz nove esquetes
O Teatro Negro de Praga reúne seus melhores e mais divertidos números em espetáculo comemorativo dos 45 anos
Companhia do diretor e
fundador Jirí Srnec faz três
apresentações em São
Paulo, fundindo música,
mímica e artes visuais
Divulgação
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Atores/bailarinos/mímicos do Teatro Negro de Praga, que apresenta seleção de seu trabalho de hoje a quarta-feira em São Paulo |
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Aos 45 anos, a companhia
tcheca Teatro Negro de Praga é
referência internacional na
criação de formas animadas para o palco. O seu diretor artístico e fundador Jirí Srnec, 75, está de volta ao país com uma espécie de "pot-pourri" de sua
trupe.
Em "O Melhor do Teatro Negro", de hoje a quarta-feira no
Citibank Hall, em São Paulo,
estão reunidos nove esquetes
fundamentais da trajetória do
grupo.
Segundo Srnec, que é formado em música, artes gráficas e
teatro, os quadros sintetizam a
linguagem que não faz uso da
palavra. São baseados na mímica e na releitura do milenar teatro de sombras chinês.
No fundo preto do palco, com
atores/bailarinos/mímicos visíveis ou ocultos, também eles
vestidos de preto, estão em jogo
silhuetas, luzes fluorescentes e
objetos. A meta é compor narrativas com ênfase na plasticidade e no ritmo musical, cuja
concepção também está a cargo
de Srnec.
"O efeito do truque não é o
elemento principal, mas o meio
para alcançar a metáfora dramática", diz o diretor. O desafio
é organizar essa "brincadeira"
diante dos olhos do espectador.
Para ilustrar, diz que os atores
são como cartunistas a desenhar e depois desmanchar imagens em cena.
Os quadros
"O primeiro esquete é "A Lavadeira", nossa obra mestra em
46 anos de história. O enredo é
muito simples: duas calças lutam para conquistar o estranho
amor da mulher [que as pendura no varal]", diz Srnec.
Ele diz que não imaginava
que aquele quadro, esboçado
em 1959 e estreado oficialmente em 1961, cujo mote é a situação de uma mulher estendendo
roupas numa manhã de verão,
marcaria o início de toda a viagem artística do Teatro Negro
de Praga.
Em "O Fotógrafo", um soldado e seu criado se enamoram da
mesma moça, triângulo inspirado na linguagem do cinema
mudo de Charlie Chaplin e
Buster Keaton.
"As Malas", que estreou no
Festival Internacional de
Edimburgo, na Escócia, em
1962, trata de dois homens que
se julgam felizes justamente
por não terem posses. Até um
deles surgir com uma mala pequena e o outro, com uma bem
maior, instaurando uma competição.
"O Violinista" é uma performance sobre um músico que
tem problemas para começar a
tocar seu instrumento. Tudo
parece conspirar contra ele.
Em "Os Faróis", o protagonista é um inventor que cria
uma poção com a qual pensa
que poderá voar. Mas ele a toma em excesso e o efeito reverte para a embriaguez.
E por aí vão os nove atos. "O
espetáculo é cheio de humor.
Pode-se assistir a nove exemplos de nosso trabalho nesses
46 anos. São performances
ideais para a família inteira.
Trazemos esse roteiro aos países latino-americanos porque
vocês adoram se entreter com
humor", diz Srnec.
A companhia faz turnês pela
região desde a década de 1970.
A primeira vez no Brasil foi em
1980, em São Paulo.
A última foi há três anos, com
"Peter Pan", criação motivada
pelo centenário do personagem, um menino que se recusa
a crescer, da obra do dramaturgo e novelista escocês James M.
Barrie.
O MELHOR DO TEATRO NEGRO
Quando: de hoje a qua., às 21h30 (únicas apresentações)
Onde: Citibank Hall (av. dos Jamaris,
213, tel. 6846-6000)
Quanto: R$ 120 a R$ 180
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