Choro Ensemble toca hoje no Sesc Consolação

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nova York provavelmente não seria o primeiro lugar que você iria procurar se estivesse atrás de uma banda de choro.
Mas, caso fosse, você estaria garantido: a cidade é base de operações do Choro Ensemble, formado por quatro músicos brasileiros e uma israelense.
Tocando há cinco anos na cidade americana e com dois discos lançados, o grupo vem pela segunda vez ao Brasil mostrar sua música "em casa". Depois de passar por locais como Brasília, Rio, Atibaia, Sorocaba e Santos, o conjunto toca hoje em São Paulo no Sesc Consolação, com entrada franca.
Brasileiros em Nova York tocando choro -isso dá samba? "Por estarmos em Nova York, algo sempre sai diferente de um conjunto de choro do Brasil", explica Pedro Ramos, cavaquinista e fundador do grupo. "Nova York é uma cidade muito intensa, e isso influencia, dá uma energia especial ao grupo." Curiosamente, em Nova York a banda é aceita e se entrosa com a comunidade jazzística, tendo músicos como a maestrina Maria Schneider regularmente na platéia de seus shows.
"Eles chamam nossa música de "ragtime brasileiro'", afirma o músico, se referindo ao ritmo dos primórdios do jazz.
E continua: "Temos a melhor recepção possível entre os músicos americanos, porque o choro tem características parecidas com o jazz, como a improvisação coletiva, as brincadeiras com as melodias e o fato de ambas serem músicas onde tudo acontece simultaneamente e espontaneamente".
Para o ano que vem, o grupo volta com um projeto especial: um disco totalmente dedicado a choros inéditos do pianista brasileiro também radicado em Nova York Dom Salvador.