São Paulo, segunda-feira, 05 de setembro de 2011

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Casal revê passado conflituoso em peça

"A História de Nós Dois" chega ao teatro Gazeta após três anos em cartaz no Rio e uma indicação ao Prêmio Shell

Diretor Ernesto Piccolo conduz Marcelo Valle e Alexandra Richter, que interpretam casal que relembra sua história

Lenise Pinheiro/Folhapress
Os atores Marcelo Valle e Alexandra Richter em cena da peça "A História de Nós Dois"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Após o fim de uma relação amorosa de um casal é natural que, em algum momento, cada um pare para refletir sobre o que deu errado. Em geral, é um processo doloroso, silencioso, solitário...
Na peça "A História de Nós Dois", no entanto, a tal reflexão pós-casamento não é nem solitária nem silenciosa. E, se tem algo de dolorosa, não deixa de ser cômica.
A montagem, dirigida por Ernesto Piccolo, chega agora a São Paulo após três anos em cartaz no Rio e uma indicação ao Prêmio Shell (de melhor texto para Lícia Manzo).
No palco, um casal (interpretado pelos globais Marcelo Valle e Alexandra Richter) revê em flashbacks o seu passado, na noite em que o marido vai buscar seus pertences no velho apartamento.
Relembram desde o começo apaixonado até os primeiros conflitos com o nascimento do filho e, ao final, o período em que qualquer coisa (como deixar cair migalhas de comida na cama) poderia gerar brigas intermináveis.
Ao mesmo tempo, como se conseguissem agora olhar com distância para esse passado, analisam as mudanças que viveram na relação.
Por exemplo, a tragicômica transformação de Lena em Mammy e, por fim, em Maria Helena; e de Edu em Duca e, ao final, em Carlos Eduardo.
"Cada ator faz, de certa forma, três personagens, mostrando essa multiplicidade dos seres no casamento", diz Piccolo, 49. "É engraçado, mas também gera uma reflexão sobre nossas próprias condutas nas relações."
Para o diretor, se há uma brincadeira com os estereótipos do masculino e do feminino -o homem que só quer saber de futebol e cerveja; a mulher organizada e superprotetora do filho-, as situações vividas ali não deixam de ser críveis e verdadeiras.
Para ele, isso fica muito claro na reação da plateia. "A gente vê casais se cutucando durante a peça, dizendo um para o outro: olha aí, é igualzinho você faz", diz Piccolo.
Além disso, "o legal é que você pode se identificar tanto com o homem quanto com a mulher", conclui. (MARCOS GRINSPUM FERRAZ)

A HISTÓRIA DE NÓS DOIS
QUANDO
sex., às 21h, sáb., às 20h, e dom., às 18h
ONDE teatro Gazeta (av. Paulista, 900, tel. 3253-4102)
QUANTO de R$ 60 a R$ 70
CLASSIFICAÇÃO 12 anos



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