São Paulo, domingo, 06 de agosto de 2006

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Musicais foram o auge da parceria entre as duas áreas

CRÍTICA DA FOLHA

Desde o início do cinema, a parceria com a dança tem sido uma promessa cumprida de forma espetacular. Para além dos documentários ou das obras de videodança, também a ficção cinematográfica dialoga regularmente com a dança.
Foi no musical que a dança ganhou espaço no cinema. Ninguém pode esquecer os filmes de Fred Astaire e Gene Kelly, que fizeram o mundo inteiro dançar com eles.
Antes disso, Chaplin foi um dos primeiros a apresentar uma silhueta cinematográfica encenando uma dança: pequenas forças fluidas, com acrobacias sutis. Vale a pena rever muitos de seus filmes, como "O Ditador" (1940), com a famosa cena do globo em suas mãos.
Fred Astaire teve em Ginger Rogers uma grande parceira da dança, com quem fez nove filmes, entre eles "Swing Time" (1936) e "Shall We Dance" (1937). Nesse repertório, é preciso lembrar ainda as grandes danças de grupo do diretor Busby Berkeley, com o caleidoscópio humano.
É muito grande a lista de filmes em que a dança é fundamental. Aí vão algumas sugestões: "O Baile" (1982), de Ettore Scola, um filme sem diálogos, que conta uma face da história da França dos anos 30 aos 60. Em um imenso salão estão reunidos trabalhadores, burgueses, dançarinas. Atravessam a noite numa dança contínua e instigante que diz tudo o que ninguém diz.
Para a dança espanhola, a referência é uma recriação livre da ópera "Carmem" (1983), dirigida por Carlos Saura. Em outro registro, "Billy Elliott" (2000), de Stephen Daldry, conta a trajetória afetiva de um menino que quer ser bailarino.
Por fim, num dos grandes filmes recentes de Pedro Almodóvar, "Fale com Ela" (2002), a dança está no coração da história, que envolve a paixão por uma bailarina que sofre um acidente e entra em coma. Se a paixão, no caso, é pela dança ou pela dançarina, não faz mais diferença: elas são uma só. (IB)


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