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Musicais foram o auge da parceria entre as duas áreas
CRÍTICA DA FOLHA
Desde o início do cinema, a
parceria com a dança tem sido
uma promessa cumprida de
forma espetacular. Para além
dos documentários ou das
obras de videodança, também a
ficção cinematográfica dialoga
regularmente com a dança.
Foi no musical que a dança
ganhou espaço no cinema. Ninguém pode esquecer os filmes
de Fred Astaire e Gene Kelly,
que fizeram o mundo inteiro
dançar com eles.
Antes disso, Chaplin foi um
dos primeiros a apresentar
uma silhueta cinematográfica
encenando uma dança: pequenas forças fluidas, com acrobacias sutis. Vale a pena rever
muitos de seus filmes, como "O
Ditador" (1940), com a famosa
cena do globo em suas mãos.
Fred Astaire teve em Ginger
Rogers uma grande parceira da
dança, com quem fez nove filmes, entre eles "Swing Time"
(1936) e "Shall We Dance"
(1937). Nesse repertório, é preciso lembrar ainda as grandes
danças de grupo do diretor
Busby Berkeley, com o caleidoscópio humano.
É muito grande a lista de filmes em que a dança é fundamental. Aí vão algumas sugestões: "O Baile" (1982), de Ettore
Scola, um filme sem diálogos,
que conta uma face da história
da França dos anos 30 aos 60.
Em um imenso salão estão reunidos trabalhadores, burgueses, dançarinas. Atravessam a
noite numa dança contínua e
instigante que diz tudo o que
ninguém diz.
Para a dança espanhola, a referência é uma recriação livre
da ópera "Carmem" (1983), dirigida por Carlos Saura. Em outro registro, "Billy Elliott"
(2000), de Stephen Daldry,
conta a trajetória afetiva de um
menino que quer ser bailarino.
Por fim, num dos grandes filmes recentes de Pedro Almodóvar, "Fale com Ela" (2002), a
dança está no coração da história, que envolve a paixão por
uma bailarina que sofre um acidente e entra em coma. Se a
paixão, no caso, é pela dança ou
pela dançarina, não faz mais diferença: elas são uma só.
(IB)
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