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FESTIVAL DO MINUTO
Mostra competitiva traz 81 obras, sendo nove da categoria Trash e 24 trabalhos para a internet
Evento quer respostas para o cotidiano
CARLA MENEGHINI
DA REDAÇÃO
Um minuto é tempo suficiente
para desenvolver uma idéia? As 81
obras audiovisuais -selecionadas entre as 1.071 inscritas- do 9º
Festival do Minuto, que começa
hoje e vai até 13 de novembro,
mostram que sim.
São 48 trabalhos na categoria
Vídeo, nove na Trash e 24 feitos
para a internet, que serão exibidos, com entrada franca, em 94
centros culturais -50 deles na
Grande São Paulo (leia ao lado os
principais locais de exibição na cidade e destaques da programação)- de 11 Estados brasileiros.
Os vídeos também poderão ser
vistos pelos assinantes da DirecTV, no canal 605 em diversos
horários, e no site do festival
(www.uol.com.br/minuto).
Além da seleção de 2001, o Centro Cultural São Paulo exibirá, de
amanhã a sexta-feira, uma retrospectiva do evento com as mostras
competitivas dos anos anteriores.
Coordenado pelo cineasta Marcelo Masagão desde sua primeira
edição, em 1991, o Festival do Minuto tem como principal objetivo
o exercício de síntese criativa. "Ele
poderia ser chamado também de
festival da idéia", diz Masagão.
A novidade deste ano é a inclusão da categoria Trash na mostra
competitiva. "São vídeos que não
se levam muito a sério, além de
abusarem do improviso da linguagem com muito bom humor",
define o coordenador.
A mistura de profissionais e
amadores é uma característica do
festival desde sua criação. Em
2000, por exemplo, o vídeo premiado pelos júris oficial e popular
foi o de um estudante de comunicação de 23 anos.
Este ano, participam da competição artistas como o norte-americano Jay Rosenblatt (diretor de
"Restos Humanos", vencedor do
prêmio do júri no Sundance Festival 1998), Roberto Berliner (diretor de "A Pessoa É para o que Nasce", vencedor do prêmio de melhor filme no Festival do Rio
1999), Victor Lema Riqué (diretor
de "Uma História de Futebol",
que participou da seleção brasileira oficial para o Oscar 2001), o videomaker alemão Matthias Müller e André Abujamra.
Mas isso não significa que trabalhos de ilustres desconhecidos
não possam surpreender. É o caso
de "Vida de Artista", de Miguel
Falcão, que provavelmente ninguém entenderá por que foi colocado na categoria trash.
Entre os trabalhos feitos para a
internet, que quadruplicaram seu
número de inscritos este ano, predominam as animações em flash,
feitas diretamente em computador. Para Masagão, houve um fortalecimento da categoria, mas
ainda não há estrutura para sua
maior difusão no Brasil.
Além da competição, há a mostra paralela "Corpo Presente",
que reúne interpretações de cineastas e videomakers renomados sobre partes específicas do
corpo humano. Tata Amaral, por
exemplo, retrata a bacia, Inês Cardoso, a orelha, Lucila Meirelles, o
umbigo (com poema de Arnaldo
Antunes), Kiko Goifman, os dentes (com base em poema de Chacal) e Glauco Mattoso, o pé.
Além do prêmio do júri oficial,
no valor de R$ 5.000, a DirecTV
concederá um prêmio com base
nos votos dos assinantes da operadora, que escolherão com o
controle remoto os melhores vídeos brasileiro e estrangeiro.
Em 2002, o festival pretende se
regionalizar. Estão agendados para o primeiro semestre eventos específicos de Curitiba, Porto Alegre e Ribeirão Preto. "Nosso objetivo é que seja como os campeonatos de futebol, com competições locais, nacionais e, por fim,
internacionais", diz Masagão.
Outro plano do coordenador é
que o festival se torne um evento
permanente, e não anual, de modo que um vídeo possa ser exibido na semana seguinte de sua
produção. "A idéia é transformar
o festival numa revista, com respostas rápidas e minúticas sobre o
cotidiano contemporâneo."
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