São Paulo, terça-feira, 06 de novembro de 2001

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FESTIVAL DO MINUTO

Mostra competitiva traz 81 obras, sendo nove da categoria Trash e 24 trabalhos para a internet

Evento quer respostas para o cotidiano

CARLA MENEGHINI
DA REDAÇÃO

Um minuto é tempo suficiente para desenvolver uma idéia? As 81 obras audiovisuais -selecionadas entre as 1.071 inscritas- do 9º Festival do Minuto, que começa hoje e vai até 13 de novembro, mostram que sim.
São 48 trabalhos na categoria Vídeo, nove na Trash e 24 feitos para a internet, que serão exibidos, com entrada franca, em 94 centros culturais -50 deles na Grande São Paulo (leia ao lado os principais locais de exibição na cidade e destaques da programação)- de 11 Estados brasileiros.
Os vídeos também poderão ser vistos pelos assinantes da DirecTV, no canal 605 em diversos horários, e no site do festival (www.uol.com.br/minuto).
Além da seleção de 2001, o Centro Cultural São Paulo exibirá, de amanhã a sexta-feira, uma retrospectiva do evento com as mostras competitivas dos anos anteriores.
Coordenado pelo cineasta Marcelo Masagão desde sua primeira edição, em 1991, o Festival do Minuto tem como principal objetivo o exercício de síntese criativa. "Ele poderia ser chamado também de festival da idéia", diz Masagão.
A novidade deste ano é a inclusão da categoria Trash na mostra competitiva. "São vídeos que não se levam muito a sério, além de abusarem do improviso da linguagem com muito bom humor", define o coordenador.
A mistura de profissionais e amadores é uma característica do festival desde sua criação. Em 2000, por exemplo, o vídeo premiado pelos júris oficial e popular foi o de um estudante de comunicação de 23 anos.
Este ano, participam da competição artistas como o norte-americano Jay Rosenblatt (diretor de "Restos Humanos", vencedor do prêmio do júri no Sundance Festival 1998), Roberto Berliner (diretor de "A Pessoa É para o que Nasce", vencedor do prêmio de melhor filme no Festival do Rio 1999), Victor Lema Riqué (diretor de "Uma História de Futebol", que participou da seleção brasileira oficial para o Oscar 2001), o videomaker alemão Matthias Müller e André Abujamra.
Mas isso não significa que trabalhos de ilustres desconhecidos não possam surpreender. É o caso de "Vida de Artista", de Miguel Falcão, que provavelmente ninguém entenderá por que foi colocado na categoria trash.
Entre os trabalhos feitos para a internet, que quadruplicaram seu número de inscritos este ano, predominam as animações em flash, feitas diretamente em computador. Para Masagão, houve um fortalecimento da categoria, mas ainda não há estrutura para sua maior difusão no Brasil.
Além da competição, há a mostra paralela "Corpo Presente", que reúne interpretações de cineastas e videomakers renomados sobre partes específicas do corpo humano. Tata Amaral, por exemplo, retrata a bacia, Inês Cardoso, a orelha, Lucila Meirelles, o umbigo (com poema de Arnaldo Antunes), Kiko Goifman, os dentes (com base em poema de Chacal) e Glauco Mattoso, o pé.
Além do prêmio do júri oficial, no valor de R$ 5.000, a DirecTV concederá um prêmio com base nos votos dos assinantes da operadora, que escolherão com o controle remoto os melhores vídeos brasileiro e estrangeiro.
Em 2002, o festival pretende se regionalizar. Estão agendados para o primeiro semestre eventos específicos de Curitiba, Porto Alegre e Ribeirão Preto. "Nosso objetivo é que seja como os campeonatos de futebol, com competições locais, nacionais e, por fim, internacionais", diz Masagão.
Outro plano do coordenador é que o festival se torne um evento permanente, e não anual, de modo que um vídeo possa ser exibido na semana seguinte de sua produção. "A idéia é transformar o festival numa revista, com respostas rápidas e minúticas sobre o cotidiano contemporâneo."



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