São Paulo, quinta-feira, 07 de maio de 2009

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Alemão rege Osesp "flexível" em maio

Maestro Claus Peter Flor comanda orquestra de SP durante o mês inteiro

Entre os compositores nos repertórios dos programas estão os famosos Haydn e Schoenberg e o pouco executado Josef Suk


JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O maestro alemão Claus Peter Flor, 56, fará a partir de hoje as próximas nove récitas da Osesp (Sinfônica do Estado). Entre os compositores dos três programas estarão Haydn, Schoenberg e Gabrieli.
Flor, que já foi o convidado principal da Sinfônica de Berlim e atuou com a Tonhalle, de Zurique, a Concertgebouw, de Amsterdã, ou a Giuseppe Verdi, de Milão, compara o seu ofício ao de "um bom cozinheiro".
"Um bom cozinheiro não é apenas aquele que sabe somente preparar sopa com macarrão. Precisa fazer outros pratos. Com as orquestras ocorre o mesmo."
Eis os principais trechos de sua entrevista à Folha.

 

FOLHA - O sr. gosta mais de trabalhar com orquestras com menos músicos? Há dois anos, regeu com a Osesp a "Missa", de Bach. Fará agora Gabrieli, Schoenberg e Haydn, que exigem orquestras bem menores.
CLAUS PETER FLOR
- Tenho o privilégio de ter frequentado aulas de professores que valorizavam orquestras de qualquer tamanho e de qualquer época. Em meu último programa com a Osesp, farei a "Sinfonia nº 2" de Josef Suk, que exige uma orquestra imensa.

FOLHA - Sobre Josef Suk (1874-1935), como explicar o esquecimento do compositor tcheco?
FLOR
- Há épocas em que determinados nomes catalisam toda a composição. São poucos os contemporâneos de Bach lembrados, porque ele catalisou o período final do barroco. Com Suk ocorreu o mesmo. Dvorák e Mahler ocuparam o espaço de referência. Ainda tiveram sorte, porque hoje o compositor não tem a oportunidade para se desenvolver.

FOLHA - Por quê?
FLOR
- Porque somos tributários do cinema, da TV, das imagens. Há uma busca incessante pelo novo, que supõe a destruição do passado.

FOLHA - O sr. regerá com a Osesp Giovanni Gabrieli (1554-1612). Não o incomoda fazê-lo com instrumentos atuais e afinação moderna?
FLOR
- Somos donos da contemporaneidade, de nossas sonoridades e de nossos instrumentos. Um bom cozinheiro não é apenas aquele que sabe somente preparar sopa com macarrão. Precisa fazer outros pratos. Com as orquestras ocorre o mesmo. Elas devem ser flexíveis e adaptáveis a muitos estilos.

FOLHA - O sr. já regeu orquestras importantíssimas na Europa. Em que patamar classificaria a Osesp?
FLOR
- Num patamar bastante elevado. É por isso que aceitei voltar para regê-la.


OSESP EM MAIO

Quando: qui. e sex., às 21h30; sáb., às 16h30
Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, 16, SP; tel. 3223-3966)
Quanto: de R$ 30 a R$ 104
Classificação: não indicado a menores de 7 anos




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