São Paulo, quarta-feira, 07 de outubro de 2009

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CandoCo questiona busca pela beleza

Companhia que junta bailarinos com e sem deficiência usa até voz de Hitler para provocar em coreografia

Divulgação
Bailarina da inglesa CandoCo, que vem pela 3ª vez ao Brasil

ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Can do" em inglês significa "pode fazer". A inglesa CandoCo Dance Company, que se apresenta hoje e amanhã no Teatro Alfa, é um grupo raro na cena coreográfica. Na ativa desde 1991, a companhia surgiu querendo provar que, juntando bailarinos com ou sem deficiências, poderia fazer dança contemporânea de qualidade.
Para isso, criaram técnicas de treinamento de bailarinos especiais, convidaram coreógrafos de nome para alargar o repertório, fizeram e ainda fazem exaustivas turnês dentro e fora da Inglaterra. O reconhecimento não tardou: desde meados dos 90 recebem apoio financeiro do governo inglês e, em 2008, participaram, dançando, da festa de encerramento da Olimpíada de Pequim, no estádio Ninho do Pássaro. "Nossa proposta de inclusão com qualidade artística não mudou, mas se aperfeiçoou", diz o brasileiro Pedro Machado, diretor artístico do grupo. "Fugimos hoje de coreografias menos interessantes, como truques com cadeiras de rodas, queremos outros desafios."
Nesta terceira turnê pelo Brasil, a CandoCo dança duas coreografias: "The Perfect Human", de Hofesh Shechter, que trabalhou na companhia Batsheva de Israel, e "Still", de Nigel Charnock, requisitado coreógrafo no Reino Unido, onde fez parte da DV8, importante companhia inglesa. Em cena, sete bailarinos, entre eles uma intérprete sem perna e outra com paralisia cerebral.
""The Perfect Human" é um trabalho provocador, que questiona a busca pela beleza, usando até mesmo a voz de Hitler. A segunda, "Still", é mais teatral e mais fácil de ganhar a plateia, porque é engraçada", diz Machado contando que o grupo já está preparando um trabalho com o coreógrafo israelense Emanuel Gat, que acaba de criar para a Ópera de Paris.


CANDOCO

Quando: hoje e amanhã, às 21h
Onde: Teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. 5693-4000); 16 anos
Quanto: de R$ 30 a R$ 60




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