São Paulo, quinta-feira, 08 de abril de 2004

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ERUDITO

Com regência de Roberto Minczuk, orquestra apresenta hoje e amanhã peças de Alfred Schnittke e Brahms

Antonio Meneses e prodígio britânico tocam com Osesp

DA REPORTAGEM LOCAL

Duas boas surpresas na programação da Osesp: o violoncelista brasileiro Antonio Meneses, 46, e o violinista britânico Daniel Hope, 29, se apresentarão como solistas, hoje e sábado. Farão, com a regência de Roberto Minczuk, o "Concerto Grosso nš 2", do russo Alfred Schnittke (1934-1998), e o "Concerto Duplo" op. 102, de Johannes Brahms (1883-1897).
Os músicos também se apresentam no domingo, em concerto de música de câmara, com quatro dos instrumentistas de cordas da orquestra. Interpretarão o "Sexteto para Cordas", op. 48, de Antonín Dvorák (1841-1904), e o "Quinteto para Cordas", D. 956, de Schubert (1797-1828).
Hope é um personagem unânime na música do Reino Unido. Menino prodígio, tornou-se parceiro em cerca de 60 récitas de sir Yehudi Menuhin. Especializou-se no repertório contemporâneo. Gravou Kurt Weill, Penderecki e Chostakovich.
Meneses, radicado na Suíça, tem sido generoso com o Brasil. No ano passado fez no Cultura Artística, com o Menahem Pressler, uma superlativa série de sonatas para piano e violoncelo de Beethoven. Foi uma apresentação que, se gravada, se tornaria um dos registros de referência.
Em duas outras ocasiões, Meneses se apresentou com músicos da Osesp. Em maio, num concerto de câmara, com Brahms e Schönberg, e em dezembro num programa com Bach e Villa-Lobos.
Os concertos de hoje e sábado serão abertos com "Insônia", peça de Francisco Braga (1868-1945), vulgarmente reconhecido somente como o parceiro de Olavo Bilac no "Hino à Bandeira", mas a quem a Osesp tem procurado lembrar por sua produção lírica e sinfônica, como a recente interpretação de "Marabá" ou a gravação de sua ópera "Jupira".
Sobre as duas obras de hoje com os dois solistas: o russo Schnittke se entrega com seu "Concerto Grosso", de 1981, a um exercício neoclássico, baseado numa forma nascida no século 17 e consolidada no século seguinte. Sua primeira experiência do gênero, em 1977, foi popularizada por gravação de Gidon Kremmer. Ele escreveu cinco concertos semelhantes, o último em 1991, por encomenda da Orquestra de Cleveland.
O "Concerto Duplo" de Brahms é bem mais conhecido. Escrito em 1887 e última obra orquestral do compositor alemão, foi concebido como um presente a Joseph Joachim, talvez o maior nome do violino na Alemanha do final do século 19 e quem aconselhara Brahms a usar os violoncelos na exposição do primeiro tema do lindíssimo "Sexteto nš 1".
(JOÃO BATISTA NATALI)


OSESP. Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nš, tel. 3337-5414). Quando: hoje (21h); sáb. (16h30); música de câmara, dom. (17h). De R$ 22 a R$ 70.


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