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ERUDITO
Com regência de Roberto Minczuk, orquestra apresenta hoje e amanhã peças de Alfred Schnittke e Brahms
Antonio Meneses e prodígio britânico tocam com Osesp
DA REPORTAGEM LOCAL
Duas boas surpresas na programação da Osesp: o violoncelista
brasileiro Antonio Meneses, 46, e
o violinista britânico Daniel Hope, 29, se apresentarão como solistas, hoje e sábado. Farão, com a
regência de Roberto Minczuk, o
"Concerto Grosso nš 2", do russo
Alfred Schnittke (1934-1998), e o
"Concerto Duplo" op. 102, de Johannes Brahms (1883-1897).
Os músicos também se apresentam no domingo, em concerto de
música de câmara, com quatro
dos instrumentistas de cordas da
orquestra. Interpretarão o "Sexteto para Cordas", op. 48, de Antonín Dvorák (1841-1904), e o
"Quinteto para Cordas", D. 956,
de Schubert (1797-1828).
Hope é um personagem unânime na música do Reino Unido.
Menino prodígio, tornou-se parceiro em cerca de 60 récitas de sir
Yehudi Menuhin. Especializou-se
no repertório contemporâneo.
Gravou Kurt Weill, Penderecki e
Chostakovich.
Meneses, radicado na Suíça,
tem sido generoso com o Brasil.
No ano passado fez no Cultura
Artística, com o Menahem Pressler, uma superlativa série de sonatas para piano e violoncelo de
Beethoven. Foi uma apresentação
que, se gravada, se tornaria um
dos registros de referência.
Em duas outras ocasiões, Meneses se apresentou com músicos da
Osesp. Em maio, num concerto
de câmara, com Brahms e Schönberg, e em dezembro num programa com Bach e Villa-Lobos.
Os concertos de hoje e sábado
serão abertos com "Insônia", peça de Francisco Braga (1868-1945), vulgarmente reconhecido
somente como o parceiro de Olavo Bilac no "Hino à Bandeira",
mas a quem a Osesp tem procurado lembrar por sua produção lírica e sinfônica, como a recente interpretação de "Marabá" ou a gravação de sua ópera "Jupira".
Sobre as duas obras de hoje com
os dois solistas: o russo Schnittke
se entrega com seu "Concerto
Grosso", de 1981, a um exercício
neoclássico, baseado numa forma
nascida no século 17 e consolidada no século seguinte. Sua primeira experiência do gênero, em
1977, foi popularizada por gravação de Gidon Kremmer. Ele escreveu cinco concertos semelhantes,
o último em 1991, por encomenda
da Orquestra de Cleveland.
O "Concerto Duplo" de Brahms
é bem mais conhecido. Escrito em
1887 e última obra orquestral do
compositor alemão, foi concebido como um presente a Joseph
Joachim, talvez o maior nome do
violino na Alemanha do final do
século 19 e quem aconselhara
Brahms a usar os violoncelos na
exposição do primeiro tema do
lindíssimo "Sexteto nš 1".
(JOÃO BATISTA NATALI)
OSESP. Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio
Prestes, s/nš, tel. 3337-5414). Quando:
hoje (21h); sáb. (16h30); música de
câmara, dom. (17h). De R$ 22 a R$ 70.
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