São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2008
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Fecap recebe antologia "de Neném a Dominguinhos" Sanfoneiro lembra tempos do choro e parcerias com Anastácia, Chico Buarque e outros Pernambucano, que deixou de se apresentar como Neném do Acordeom por conselho de Luiz Gonzaga, faz shows de hoje ao dia 18
RAQUEL COZER DA REPORTAGEM LOCAL Por Dominguinhos, 67, seria assim: três dias de shows, no máximo, e num lugar modesto, aberto, para o povo dançar. Mas o chamaram para oito apresentações, e logo no teatro Fecap, "cheio de cadeiras, bom para Maria Bethânia, Gal Costa...". O sanfoneiro de Garanhuns (PE) aceitou. É, afinal, a sua "antologia pessoal" que vai ao palco de hoje ao dia 18. "Eu gosto mais de três dias... Duas semanas já fico achando que nem devia fazer [risos]. É tanto tempo que parece que o teatro vira a casa da gente." Ele não reclama a sério, mas, em compensação, dá trabalho à organização. "Pediram 14 músicas, botei logo 35 na lista." É por isso que o rol de "provável repertório" faz imaginar um show de cinco horas. Tem "Eu Só Quero um Xodó", dele com sua colaboradora mais assídua, Anastácia; "Retrato da Vida", da rara parceria com Djavan; clássicos do choro, como "Tico-Tico no Fubá" (Zequinha de Abreu); composições do padrinho Luiz Gonzaga, como "Sabiá" (com Zé Dantas)... Se vai caber tudo em uma hora e meia? "Ah, eu vou mudando. Hoje faço de um jeito; amanhã, de outro." Mas há as inevitáveis, presentes em todos, como "Isso Aqui Tá Bom Demais" e "De Volta pro Aconchego", ambas de Dominguinhos com Nando Cordel. A extensão do roteiro é justificada pela proposta de lembrar "de Neném a Dominguinhos" -Neném do Acordeom era o nome que usava até ser convencido por Luiz Gonzaga, em 1957, a arrumar nome "melhorzinho". "Vai ter música do meu tempo de choro, de Regional do Canhoto... Tive uma vida movimentada paralela ao baião." O show terá participação de sua filha Liv Moraes, 27, que canta "coisas que vai escolher na hora". "Ela está novinha na carreira. Entrou na faculdade de psicologia e agora quer cantar, lançou CD ["Tudo Azul'] e tudo", faz propaganda o pai. Conjunto da obra A retrospectiva vem na esteira da homenagem que ele recebe no Prêmio Tim, no próximo dia 28, pelo conjunto da obra. Uma obra pontuada por parcerias prolíficas, como a já citada Anastácia (os dois fizeram juntos 199 músicas -"nem mais, nem menos", diz Dominguinhos, confiando nas contas dela) e outras mais esporádicas, caso de Chico Buarque. "Um dia, dei uma fitinha pro Chico. Dois anos depois, ele fez uma letra e chamou a música de "Tantas Palavras". Porque o Roberto [Carlos] estava indo gravar em Nova York, acho, tinha pedido uma música para ele, e ele se lembrou da fitinha." Roberto viajou e, na volta, segundo Dominguinhos, disse que não parecia música para ele. "Chico disse: "Acho que o homem não gostou, não". Falei: "Grava tu, então'". Dito e feito -"Tantas Palavras" entrou no LP "Chico Buarque" (1984). DOMINGUINHOS Quando: qui. a sáb, às 21h; dom., às 19h; até 18/5 Onde: teatro Fecap (av. Liberdade, 532, tel. 3188-4149) Quanto: R$ 20 (censura 12 anos) Próximo Texto: Intensom vai do rock psicodélico ao hip hop Índice |
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