DA REPORTAGEM LOCAL

A série de música de câmara do BankBoston traz hoje e em mais duas apresentações um músico que reúne todos os ingredientes para se tornar em breve um das grandes nomes mundiais do violino: o russo Ilya Gringolts, 21.
Alguns indícios de que é um instrumentista em meteórica ascensão: primeiro colocado há cinco anos no concurso Paganini, é contratado da Deutsche Grammophone, pela qual já gravou três CDs, como solista da Filarmônica de Israel e da Sinfônica de Gotemburgo. Deu uma récita há dez dias no Festival de Salzburgo, que ainda é provavelmente o principal evento erudito e de programação múltipla do verão europeu.
Estudante do Conservatório de São Petesburgo e em seguida aluno de Itzhak Perlman, na Julliard, de Nova York, Gringolts já é tecnicamente um grande virtuoso.
O que ele ainda tem para amadurecer depende da vivência e das leituras, de uma maneira cada vez mais adulta de mergulhar na melancolia ou na estética musical das peças que farão seu repertório.
Ele se apresenta em São Paulo com o pianista israelense Itamar Golan, os violinistas Shlomo Mintz, Maxim Vengerov e o violoncelista Matt Haimovitz.
No programa, peças de Mozart ("Sonata em Mi Menor", K. 304), Schumann (transcrição para violino da "Fantasiestücke para Clarineta e Piano", op. 73) e Bartok. Deste último, a "Sonata para Violino e Piano nº 2", escrita em 1922, uma obra complexa e dificílima, com invenções formais que têm pouco a ver com o apego do compositor às raízes do folclore húngaro que cultivou. (JBN)