Prédio da Bienal abriga "Guerra nas Estrelas", grafite, artistas mulheres e obras doadas a projeto de preservação ambiental

Há ainda duas exposições em cartaz no Museu Afro Brasil e mostra sobre DNA do Museu Americano de História Natural, no Prodam

SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL

Numa jaula de vidro, ao lado do viveiro dos sagüis, um homem toca flauta. Às vezes, pára e fala ao celular. Clodoaldo Dias, 31, interpreta o Homo sapiens na exposição "Revolução Genômica", em cartaz no pavilhão Armando de Arruda Pereira, no parque Ibirapuera.
Espaço verde raro e disputado na selva de pedra, o parque tem acrescentado novos espécimes à fauna de visitantes. Desde fevereiro, quando abrigou a Campus Party, festival de informática sem medo de ser "geek", museus no Ibirapuera receberam uma exposição sobre DNA e a mostra dos filmes da série "Guerra nas Estrelas", além de outra, com obras de artistas mulheres, que foi inaugurada ontem.
Com um total de nove exposições em cartaz, de "Arte Pela Amazônia", com obras de artistas doadas para um projeto de preservação ambiental, à mostra sobre material genético trazida do Museu Americano de História Natural, o parque concentra um roteiro no mínimo eclético para o fim de semana.
Vista saindo do Museu de Arte Moderna e andando em direção ao antigo edifício do Prodam, onde está a mostra do genoma, a administradora de empresas Cynthia Sauerbonn, 41, parecia estar percorrendo esse roteiro, mas estava perdida e parou para pedir informações na lojinha do MAM -a falta de placas de indicação e prédios com sinalização precária tendem a camuflar as exposições na mata do parque.
Mesmo assim, a estudante Mariana Lodi, 16, e outras quatro amigas encontraram seu lugar entre sabres de luz, o alvoroço das crianças e fãs fantasiados da mostra "Star Wars Exposição Brasil", no porão do Pavilhão da Bienal. Eram talvez as únicas meninas por ali.
"A gente também gosta porque os filmes têm umas roupas tão lindas", explica, revelando que o figurino dela e das amigas -de Anakin Skywalker a Obi-Wan Kenobe- saiu da máquina de costura da avó.
Longe da guerra intergalática, um único visitante contemplava em silêncio as obras de temática ambiental de "Arte Pela Amazônia". Enquanto isso, de sua jaula na "Revolução Genômica", Dias adianta que em breve terá um laptop e novas cadeiras, para representar melhor a contemporaneidade.


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