Violinista Evgenia Maria Popova é a solista do concerto no Cultura Artística

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ira Levin está de volta a São Paulo. Tendo dirigido, com êxito, a Orquestra Sinfônica Municipal, entre 2002 e 2005, ele rege hoje, como convidado, a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo.
Concentrado na música russa, o programa traz, transcrita para banda (com instrumentos de sopro substituindo as cordas), a suíte do bailado "Petruchka", de Stravinski, e o concerto para violino de Tchaikovski -trazendo como solista a violinista búlgara Evgenia Maria Popova.
"O desafio, nessas obras, é estar atento ao equilíbrio e tentar fazer os sopros "cantarem" o máximo que puderem", explica o maestro, que, na semana passada, dirigiu a ópera "As Bodas de Fígaro", de Mozart, no Municipal do Rio de Janeiro.
A apresentação traz ainda, em sua orquestração original, a austera "Sinfonia para Instrumentos de Sopros", de Stravinski. E termina com uma obra escrita especificamente para a formação de banda sinfônica: as coloridas "Pagan Dances", do compositor norte-americano James Barnes, 58.
No começo do ano, Levin assumiu a chefia da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, em Brasília, onde leva adiante um ambicioso processo de reestruturação, que inclui ciclos sinfônicos de Mahler e Bruckner, e solistas de renome internacional, como Antonio Meneses (violoncelo) e os pianistas Nelson Freire, Maria João Pires e Jean Louis Steuerman, entre outros.
Em outubro, ele dirige uma encenação da monumental cantata "A Danação de Fausto", de Berlioz, de dimensões operísticas, cuja última performance no país remonta a 1923. "Com exceção da Osesp, nós estamos com a maior e mais variada temporada de concertos do país", festeja o regente. "Em curto espaço de tempo, Brasília está se tornando um dos maiores centros culturais do Brasil".
A temporada inclui 20 obras de compositores brasileiros, além de peças de autores pouco executados por aqui, como Bohuslav Martinu e Kurt Weill.