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"DIDI QUER SER CRIANÇA"
Renato Aragão se atrapalha em solo
THIAGO STIVALETTI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Desde 1997, quando estrelou
seu primeiro filme solo sem
a marca dos Trapalhões ("O Noviço Rebelde"), Renato Aragão
não consegue se sentir confortável na tela grande. Se o público
responde bem -dessa fase, apenas dois não ultrapassaram a barreira do 1,5 milhão de espectadores-, a qualidade varia bastante.
Nos melhores momentos, há
paródias cinematográficas e
adaptações pasteurizadas de textos literários. Em outros, o próprio Renato Aragão se encarrega
de criar o argumento -e aí, o resultado nem sempre é confiável.
É o caso, infelizmente, deste
"Didi Quer Ser Criança" -o sétimo da fase solo e o 43º estrelado
pelo personagem. A idéia é simples: enquanto Didi tem o desejo
explícito no título, seu melhor
amigo, Felipe (Bruno Malta), quer
virar logo adulto para poder namorar. Uma bala mágica vai se
encarregar de inverter as bolas.
Mas o roteiro confuso não fica
nisso e resolve misturar tramas
óbvias: irmãos gêmeos que caem
do céu como pobres e revelam-se
anjos; a luta da fábrica de doces
para se livrar da falência e de um
empresário inescrupuloso (Werner Schünemann, de "Netto Perde Sua Alma", constrangedor).
O resto é o de sempre: desfile de
rostos da TV em participações
dispensáveis, aumentando a impressão de que melhor seria ter ficado vendo "A Turma do Didi".
As crianças merecem muito mais.
Didi Quer Ser Criança
Direção: Alexandre e Reynaldo Boury
Produção: Brasil, 2004
Quando: a partir de hoje nos cines Interlagos, Ipiranga e circuito
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