São Paulo, quinta-feira, 09 de julho de 2009 |
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Monólogo visita última noite de Franz Kafka
"Kavka - Agarrado num Traço a Lápis" estreia amanhã
DA REPORTAGEM LOCAL
Judeu tcheco numa Europa
antissemita, Franz Kafka
(1883-1924) se mantinha distante de sua religião. Queria ser
escritor em tempo integral,
mas amargava a rotina de advogado numa seguradora. A mãe
era filha da aristocracia alemã;
o pai, da plebe tcheca.
Esse mosaico de paradoxos
encontra tradução teatral em
"Kavka - Agarrado num Traço a
Lápis", monólogo do grupo Lume, de Campinas, que estreia
amanhã. O "kavka" do título
-que originou o nome da família- é o equivalente tcheco para "pequena gralha".
"Ele sempre esteve "desencaixado", dividido, não era uma
coisa nem outra", diz o ator Ricardo Puccetti, 44, integrante
veterano da companhia ligada à
Unicamp. "Kafka se prendia à
vida pela escrita."
A dramaturgia encontra o escritor na noite que antecede a
sua morte. Tuberculoso, num
estado em que vagueia entre lucidez e delírio, ele se aferra às
palavras para um último sopro
de vida -na forma de um texto.
Nesse semitranse, recebe a visita de alguns de seus personagens e repassa sua vida.
Marca do Lume, a composição corporal rigorosa, baseada
na observação detida das ações
físicas cotidianas, reaparece
aqui. Improvisos gestuais de
Puccetti a partir da leitura da
obra de Kafka foram o esqueleto da peça. O ator viajou a Israel
para estudar a fisionomia de judeus religiosos.
(LUCAS NEVES)
KAVKA - AGARRADO NUM TRAÇO A LÁPIS Quando: estreia amanhã; sex. e sáb., às 21h, e dom., às 19h; até 2/8 Onde: Sesc Consolação - teatro Anchieta (r. Dr. Vila Nova, 245, tel. 3234-3000) Quanto: R$ 20 Classificação: não indicado a menores de 12 anos Próximo Texto: Teatro: "Criadores do mundo" tem três sessões grátis Índice |
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