São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2006

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"Cats" chega ao Brasil com fábula sobre aceitação

Musical aborda gata que tenta retornar a grupo

Divulgação
Cena do musical "Cats', que roda o mundo há quase 25 anos


DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar dos ares de superprodução em torno do musical americano "Cats", que vem ao Brasil pela primeira vez, é possível vislumbrar algumas janelas de reflexão no enredo que há 25 anos corre o mundo.
Pelo menos é a percepção do ator Philip Peterson, incorporado ao elenco este ano. Para ele, a universalidade da obra diz respeito à aceitação. A gata Grizabella (Angie Smith) anda cabisbaixa porque é evitada em sua tribo. Certa noite, ela a deixa para conhecer o mundo lá fora. De volta ao beco, é rejeitada e passa maus bocados.
"Na história de Grizabella está contida a idéia de que aqueles que vivem fora dos padrões da sociedade podem ser perdoados e retornar incondicionalmente ao seu grupo, é o que podemos aprender", diz Peterson, intérprete de Old Deuteronomy, o personagem a quem cabe a decisão de escolher um dos gatos para ir a um lugar especial onde poderá renascer para uma nova "vida Jellicle".
Eis o mote algo adocicado que foi inspirado em livro infantil de poemas do norte-americano americano T.S. Elliot, "Old Possum's Book of Pratical Cats" (1939), fruto da observação contínua do comportamento de seus próprios gatos.
Com letras originais de Tim Rice e arranjos do inglês Andrew Lloyd Webber (de "O Fantasma da Ópera"), o musical "Cats" estreou em Londres em 1981. A turnê já passou por 20 países e inicia temporada paulista hoje, no Credicard Hall, e depois vai ao Rio, no Claro Hall (30/8 a 3/ 9).
Peterson é um dos 25 atores do elenco. Ao todo, são cerca de 70 profissionais estrangeiros, incluindo equipe técnica e músicos da orquestra. Os diretores e coreógrafos da montagem original (Gillian Lynne e Trevor Nunn) são substituídos na turnê por Richard Stafford.
O ator Philip Peterson atribui a boa recepção de "Cats" à variedade de músicas e personagens que apresenta. "Cada espectador sai ao final com um gato preferido", afirma.
Para o ator, o desafio em interpretar um musical antigo é manter a proposta original de seus criadores. "Sem permitir que os modernos recursos tecnológicos atrapalhem a performance. Ao contrário, eles devem servir de contrapeso ao sentimento que pretendemos transmitir em cena." (VS)

CATS
Onde:
Credicard Hall (av. das Nações Unidas, 17.955, tel. 6846-6000)
Quando: estréia hoje, às 21h30; ter. a sex., às 21h30; sáb., às 17h e 21h30; e dom., às 16h e 20h30. Até 27/8
Quanto: de R$ 80 a R$ 200


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