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São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2003

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ARTES PLÁSTICAS

Exposição reúne imagens clássicas e arquitetônicas da dupla Bernd e Hilla Becher e de seus alunos

MAC apresenta a gênese da fotografia alemã recente

Bernd e Hilla Becher/Divulgação
"Gasômetro, Berlim - Schöneberg, 1992", foto que está na exposição "Distância e Proximidade"


FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Fotografar à distância para ver as coisas de perto. Essa é a máxima da dupla de fotógrafos alemães Bernd e Hilla Becher, cujo trabalho foi definitivamente consagrado na última Documenta de Kassel, na Alemanha, no ano passado, em uma grande sala com o conjunto da obra.
Com um registro serial de construções arquitetônicas, como antigos gasômetros ou a fachada de pequenas fábricas, as fotografias em preto-e-branco do casal Becher proporcionam uma comparação de imagens numa narrativa sobre um passado que está sendo destruído na Alemanha.
A partir de hoje, o Museu de Arte Contemporânea da USP, em seu espaço recentemente reaberto no pavilhão da Bienal de São Paulo, apresenta essa pesquisa quase arqueológica da obra dos Becher, organizada pelo Instituto Goethe de São Paulo.
A exposição traz ainda imagens de oito de seus alunos, na Academia de Arte de Düsseldorf, também na Alemanha, na qual, a partir de 1976, estudaram, entre outros, fotógrafos como Thomas Ruff e Andreas Gursky, ambos presentes na última Bienal de São Paulo. Com essa mescla de gerações, a mostra apresenta a gênese da fotografia contemporânea alemã, especialmente seu lado mais voltado ao registro documental.
As principais características da dupla Becher estão reverberadas nas obras de seus alunos: a arquitetura como tema, a serialização e o registro documental -todos, como os mestres, não manipulam digitalmente as imagens. Em alguns, como Ruff, são detalhes do interior de casas o que interessa; em outros, como Thomas Struth, o registro contém também os habitantes desses locais.
Mas no conjunto, como afirma Wulf Herzogenrath, curador da mostra, no texto do catálogo, "reencontramos a tipologia rigorosa a serviço da comparação de diferenças mínimas que caracteriza a obra dos Becher".
Ruff comparece ainda com uma de suas célebres fotografias do céu, em grande formato, que serviu de inspiração para o brasileiro Vik Muniz realizar sua série de bolhas, apresentada em Veneza há dois anos.
Outro dos destaques da exposição são os interiores de Candida Höfer, que atualmente representa a Alemanha na Bienal de Veneza. Em sua obra, o espaço, como a arquitetura, ganha forte presença.

Mineiros
Também a partir de hoje, o MAC apresenta "O Tridimensional na Arte Contemporânea", mostra organizada por Morgan da Matta. A exposição é organizada a partir de 26 obras de 15 artistas mineiros ou radicados em Minas, que trafegam "pelo tridimensional, desafiando a linha divisória entre os conceitos de objeto, escultura e instalação", segundo o curador. Entre os artistas, encontram-se Leandro Gabriel, Marcela Ferreira e Lúcia Neves.

DISTÂNCIA E PROXIMIDADE. Mostra com 76 fotografias da dupla Bernd e Hilla Becher e de oito de seus alunos. Curadoria: Wulf Herzogenrath. Onde: MAC Ibirapuera (pq. Ibirapuera, portão 3, tel. 5573-9932). Quando: abertura hoje, às 19h; de ter. a dom, das 10h às 19h; até 7/12. Quanto: entrada franca.

O TRIDIMENSIONAL NA ARTE CONTEMPORÂNEA. Exposição com 26 obras de 15 artistas mineiros ou radicados em Minas Gerais. Curadoria: Morgan da Motta. Onde: MAC Ibirapuera. Quando: abertura hoje, às 19h; de ter. a dom, das 10h às 19h; até 7/12. Quanto: entrada franca.



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