PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

O Prata da Casa, do Sesc Pompéia, inicia hoje a oitava edição de sua mostra. Uma bateria de shows revisará o que de melhor passou pelo projeto semanal ao longo da última temporada, pela ótica de sua curadoria.
Dez artistas e bandas se revezarão pelo palco até domingo. A noite de estréia, no entanto, está reservada com exclusividade a um dos trunfos do minifestival, o trio paulistano de rock em "portunhol" Los Pirata.
O guitarrista Paco Garcia relativiza a cancha que o Sesc dá à banda, mas sem rejeitá-la: "É sempre bom tocar onde quer que seja, mas há o "fator Sesc Pompéia". É um lugar tradicionalmente ligado ao rock paulista, que nos dá condições técnicas para um show diferente do que fazemos nas casas menores de rock alternativo".
Garcia também pesa na balança a relevância de eventos coletivos como promotores de contato e união entre as bandas: "Os laços vão se fortalecendo conforme vamos viajando e conhecendo outros artistas e bandas. Tocar em festivais ajuda muito".
Instado pela Folha a recomendar outros shows da mostra, ele legisla na causa alheia, mas também em causa própria: "Recomendo o show do Curumin. E o do Nikita Martini Club, pois toco guitarra lá também".
O samba-soul paulistano de Curumin, que toca no sábado com sua banda The Aipins, dá a medida da variedade musical e geográfica proposta pela atual gestão do Prata. Amanhã, o Nordeste diz alô à programação, com os pernambucanos do Monjolo e os cearenses do SoulZé.
Na sexta, o palco trafega na ponte aérea, com os paulistanos do jazzístico Nikita Martini Club e o DJ carioca Marcelinho da Lua. A travessia do jazz à eletrônica será feita pelo projeto Bossa Eletromagnética, de Luiz Macedo, também militante da cena paulistana.
No sábado, além de Curumin, a vez é de protesto negro de periferia do N.U.C. -ou Negros da Unidade Consciente-, vindo de Minas Gerais.
O festival acaba domingo com mais prata da casa paulistana: a música instrumental do Duo Bartolini, as operações de música popular-experimental brasileira de Rômulo Fróes e o samba feminino do grupo Tia Margarida.