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ARTES PLÁSTICAS
Programa anual amplia o formato e inclui críticos que vão apoiar os artistas escolhidos para este ano
Foto rouba a cena em mostra no CCSP
ANA WEISS
DA REDAÇÃO
O Programa de Exposições do
Centro Cultural São Paulo abre o
ano hoje com formatação ampliada. A exposição coletiva, que há 11
anos cumpre a função de abrir as
portas do circuito das artes plásticas para artistas em início de carreira (começou por lá gente como
a hoje internacionalmente conhecida Sandra Cinto), recebe 21 artistas selecionados de 453 inscrições de todo o país.
Só que este ano não apenas "novos" artistas saem da mostra coletiva. O programa a partir de agora
também vai mostrar o trabalho de
"novos" críticos de artes, escolhidos para acompanhar o trabalho
desses artistas.
"Os jovens selecionados muitas
vezes sentem-se inseguros para
simplesmente apresentar os trabalhos, sem nenhum tipo de
orientação", explica a curadora
Stella Teixeira de Barros, diretora
da Divisão de Artes Plásticas do
espaço e autora do projeto que inclui a crítica nas montagens das
mostras. Foram convidados para
começar o trabalho em parceria
com os artistas os críticos Ana
Paula Cohen, Carla Zaccagnini,
Fabiana Werneck, Rafael Maia
Rosa, Taisa Palhares, Tatiana
Blass e Tiago Mesquita, este último também crítico da Folha.
Embora a escolha dos artistas
tenha sido bem diversificada em
linguagens e conceitos, a fotografia dá a tônica da exposição. Não
pelo número de representantes
do setor, mas pela força de algumas participações. Duas delas: a
do fotógrafo Amílcar Packer e a
da artista Mila Milene Chiovatto.
Nenhum é exatamente novato.
Ambos já tiveram os trabalhos
vistos em mostras importantes. O
primeiro, de 28 anos, destaque da
mostra "Panorama" do MAM de
2001, coloca sua experiência com
a pesquisa técnica em fotografia a
serviço de um projeto conceitual.
Suas imagens, auto-retratos, são
resultado de cenas capturadas fotograficamente de vídeos que realiza em casa. Packer deixa a câmera funcionando enquanto realiza
performances com objetos domésticos. Uma de suas proposições é realizar um recorte no tempo. Recorte em grandes formatos
que ele emoldura em caixas coloridas. Na exposição, estão em cartaz três deles.
As fotografias de Chiovatto, 38,
por sua vez, aproximam-se da
pintura. Suas imagens são compostas quase de uma cor só, uma
espécie de sépia em tonalidades
tão sutis que o técnico responsável pela revelação quase não conseguiu achar o registro da fotografia no filme.
Suas cenas, também domésticas, são feitas a partir de vestígios,
como a poeira de uma prateleira
ou a marca na parede deixada por
uma relógio que ali esteve pendurado por mais de 20 anos.
A aparência é de uma aquarela
de uma cor e muitos tons, mas
que apesar dessa impressão de
apagamento pode ser vista à distância por quem entra no piso
Caio Graco.
Outra que também não vem do
berço da fotografia, mas que usa o
meio nesta exposição é Ana Kalaydjian. Autora de repertório
também ligado ao universo doméstico, ela exibe suas xícaras de
café (referência à tradição armênia da leitura da borra da bebida)
em grandes imagens circulares.
PROGRAMA DE EXPOSIÇÕES DO CCSP.
Curadoria: Stella Teixeira de Barros.
Quando: hoje, para convidados, às 19h; a
partir de amanhã, de ter. a sex., das 10h
às 19h; sáb. e dom., das 10h às 18h.
Quanto: entrada franca.
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