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EXPOSIÇÃO
Mostra da artista começa hoje para o público no Ibirapuera
Camille Claudel encerra ciclo
iniciado com Rodin e Maillol
CASSIANO ELEK MACHADO
da Redação
Em 1995 veio Rodin. No ano seguinte, Aristide Maillol. A partir de
hoje, a Pinacoteca completa o ciclo
de exposições de grandes escultores franceses com Camille Claudel.
Desta vez o endereço é diferente.
Com o prédio da avenida Tiradentes em reformas, as peças serão
exibidas no parque Ibirapuera, no
mesmo pavilhão em que foi montada a mostra Antarctica Artes
com a Folha, no ano passado.
Se por um lado a obra de Claudel
(1864-1943) não tem muitas afinidades com a de Maillol
(1861-1944), por outro é indissociável ao trabalho de Rodin
(1840-1917).
A semelhança do estilo dos dois
era tamanha que, quando a artista
foi apresentada a Paul Dubois, então diretor da Escola Nacional de
Belas Artes, ele exclamou: "Você
teve aulas com o sr. Rodin!". Camille tinha 17 anos e ainda não havia cruzado pelo caminho do escultor de "O Pensador".
Dois anos depois, ela foi contratada como auxiliar de Rodin. A
primeira grande lição que a artista
teve com o mestre foi que o corpo
não é composto de superfícies planas, mas de saliências.
Basta observar qualquer das 43
esculturas da artista em exposição
no Ibirapuera para ver que ela se
saiu bem nessa tarefa.
Rodin também ensinou para
Claudel que o movimento de um
personagem é obtido pela passagem gradual de uma pose a outra
-para alguns críticos, ela soube
representar movimento na escultura melhor do que seu professor.
Ao passo que transmitia esses
ensinamentos a Claudel, Rodin se
interessava paulatinamente pelas
saliências e pelos movimentos da
artista -os dois foram amantes
durante 15 anos.
Mas Camille Claudel não parou
nos limites de Rodin. Suas obras
acentuaram uma dimensão trágica
da humanidade apenas latente no
trabalho do escultor.
Em Claudel, o movimento não
apenas modifica as figuras, mas
chega a deformar a anatomia,
mostrando os seres sendo metamorfoseados pela ação do tempo.
Camille seguiu o roteiro trágico
que prometiam suas obras. Em
1913 foi internada por problemas
mentais. Morreu 30 anos depois,
esquecida na mesma clínica.
Exposição: Camille Claudel
Onde: pavilhão Padre Manoel da Nóbrega
(av. Pedro Álvares Cabral, tel.
011/549-8577, portão 10 do parque
Ibirapuera)
Quando: ter a dom, das 10h às 18h; até 7
de dezembro
Quanto: R$ 5, R$ 2 (estudantes) e grátis
(menores de 7 e maiores de 65 anos)
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