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CRÍTICA
Exposições ressaltam dimensão gráfica de Antonio Lizárraga
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Arte e desenho gráfico há
muito tempo são vistas como áreas correlatas. Desde 1932,
por exemplo, o Museu de Arte
Moderna de Nova York (MoMA)
possui um departamento de arquitetura e design e, atualmente,
sua coleção de desenho gráfico
chega a 4.000 itens.
Em São Paulo, desde os anos 30,
tem sido comum artistas transitarem entre as duas áreas, caso de
John Graz, com seu trabalho gráfico em vitrais e tapetes, por
exemplo. É nesse contexto que os
curadores Taisa Palhares e Thiago
Honório observam a obra de Antonio Lizárraga, em "Deslocamentos Gráficos", em cartaz na
Pinacoteca do Estado.
O argentino Lizárraga, radicado
no Brasil desde 1959, passou já naquele ano a contribuir com ilustrações para o então caderno cultural de "O Estado de S. Paulo",
"Suplemento Literário". Desde
então, a contribuição de Lizárraga
para o desenho gráfico esteve presente em várias publicações, especialmente capas de livro, como a
coleção Elos, da Perspectiva.
A mostra apresenta suas primeiras ilustrações no "Suplemento" e as capas de livro, com o objetivo de situar o artista mais no
campo do design gráfico do que
no movimento concreto.
De fato, sua obra está mais próxima do construtivismo, ideário
que transpassou o concretismo,
um movimento datado e localizado nos anos 50. Só assim se pode
entender suas obras da década de
70, também na mostra, serigrafias
que abordam a questão da tecnologia, tão cara aos construtivistas
do início do século 20.
Ainda desse período, os curadores apresentam "Metrópole",
uma instalação com 150 toneladas
de concreto, recuperada por um
vídeo da participação de Antonio
Lizárraga na Bienal de São Paulo,
em 1973.
Entretanto, a maior parte das
obras expostas foram realizadas a
partir de 1983, ano que o artista
sofreu um acidente vascular que o
deixou tetraplégico. A partir de
então, seus trabalhos serão realizados por assistentes, que seguem
as orientações do artista a partir
de coordenadas em um papel milimetrado.
Nessas pinturas, o grafismo irá
ser o tema central, sem se afastar,
contudo, de um detalhe ilustrativo: suas obras passam a ter nomes
de ruas da cidade.
Lizárraga ainda pode ser visto
na mostra "Geometria da Cor",
com abertura hoje, que reúne 19
obras recentes do artista no Estúdio Buck (r. Lopes do Amaral,
123, tel. 3044-4575; de segunda a
sexta, das 10h às 19h; sábado, das
10h às 14h; até o dia 31/5).
Antonio Lizárraga - Deslocamentos Gráficos
Quando: de ter. a dom.,
das 10h às 18h; até 21/5
Onde: Pinacoteca do Estado (praça
da Luz, 2, centro, tel. 3229-9844)
Quanto: R$ 4 e grátis aos sábados
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