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O BOM DO DIA
Musical conta trajetória das irmãs Batista
"Irmãs" comove pela atuação
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
Ao contrário do que ocorre
usualmente num musical, não
é a qualidade das canções que
torna "Somos Irmãs" um espetáculo tão comovente.
Não se entenda mal: há belas
canções, sucessos interpretados pelas irmãs Batista nos
tempos de Getúlio Vargas, um
enamorado das irmãs. E são
bem orquestradas e cantadas,
sobretudo por Beth Goulart e
Claudia Netto, que fazem Linda
e Dircinha quando jovens.
Mas são Suely Franco e Nice-
tte Bruno -ou Linda e Dircinha já esquecidas, solitárias e
velhas- que tornam "Somos
Irmãs" uma das melhores peças em cartaz em São Paulo.
As personagens reais estão
ali, mas a interpretação de ambas ganha universalidade, uma
caminhando para a velhice
com crescente alienação da
realidade, a outra como que se
agarrando à vida, sem desistir.
Linda e Dircinha já velhas, a
bem da verdade, se revelam
mais grandiosas, mais trágicas
em seu sofrimento e mais arrebatadas em sua felicidade que
na glória popular da juventude.
Espetáculo: Somos Irmãs
Autora: Sandra Louzada
Direção: Ney Matogrosso e Cininha de
Paula; Leandro Braga (direção musical)
Quando: sex. e sáb., às 21h; dom., às
18h
Onde: teatro Cultura Artística (r. Nestor
Pestana, 196, tel. 258-3616)
Quanto: de R$ 25 a R$ 30
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