Em comédia com sátira política, diva interrompe série de heroínas trágicas

DA REPORTAGEM LOCAL

O ciclo "The Lubitsch Touch - O Cinema de Ernst Lubitsch", em cartaz no CCBB (r. Álvares Penteado, 112, Centro, 3113-3651) exibe às 18h de hoje "Ninotchka" (1939).
Na campanha de lançamento do filme nos cinemas, em letras imensas, para destacar a grande notícia, o trailer anunciava: "Garbo ri".
Greta Garbo é Ninotchka. Até então, o público estava habituado a ver a diva interpretando heroínas trágicas, como "Anna Karenina" (1935) e "A Dama das Camélias" (1936).
Lubitsch derreteu a máscara de gelo de Garbo de tal modo que a informação do trailer nem sequer é muito precisa. Nina Yakushova, a Ninotchka, não apenas ri. Ela gargalha ruidosamente, ao lado de Léon (Melvyn Douglas).
Ele é o sedutor Conde d'Algout, que Ninotchka conhece casualmente em Paris, para onde ela havia sido enviada pelo governo russo. Funcionária exemplar do regime comunista, Ninotchka recebe a tarefa de intervir numa missão de expropriação de riqueza, ameaçada de sucumbir, já que os enviados anteriores fraquejaram diante dos atrativos do luxo e do conforto burgueses.
O romance de Ninotchka e Léon, metáfora da sedução dela pelo capitalismo, é recheado de vaivéns e frases célebres, como "Nós queremos ficar sozinhos", diz, dispensando o mordomo dele, e "Você é muito falante!", que ela dispara a Léon, para fazê-lo calar e beijá-la.
Os ingressos para as sessões da mostra, que permanece em cartaz até 19/7, custam R$ 4 e R$ 2 (meia entrada). Amanhã, "The Lubitsch Touch" exibe, entre outros, "A Viúva Alegre" (às 14h), que também exemplifica o humor arguto do diretor.


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