Grupo de dança faz retrospectiva de seus 20 anos na rede Sesc

Mostra que passará por várias unidades reúne quatro espetáculos, um filme e workshops e debate com a coreógrafa

ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A coreógrafa paulistana Lia Rodrigues vive em extremos. Desde 2003, sua companhia de dança ensaia todos os dias na favela da Maré, na zona norte carioca. Na última década, o grupo tem se apresentado regularmente na Europa, onde faz parceria com teatros e produtores locais, principalmente na França.
Foi ali que estreou, no ano passado, o trabalho mais recente, "Pororoca", que ficou em cartaz no Théâtre de la Ville, em Paris, festejado palco da dança contemporânea.
É essa história de extremos que a Lia Rodrigues Companhia de Danças revê a partir de hoje, em São Paulo, a propósito de seus 20 anos. A mostra de repertório na rede Sesc reúne quatro trabalhos, um filme sobre a coreógrafa, workshops e conversas.
"Chegamos à Maré num momento em que eu revia meu trabalho. Experimentamos várias formas de trabalhar e decidimos propor uma residência. A companhia ajudaria a transformar um espaço para a dança e ensaiaria ali suas criações."
"Pororoca" foi concebido ali, enquanto Lia reformava o que viria a ser o Centro de Artes da Maré. Em parceria com a ONG Redes, o local foi inaugurado em março e se tornou o palco principal do grupo.
A peça estreia sexta no Sesc Santos e chega a São Paulo no dia 21, no Sesc Santana. A retrospectiva vai de hoje até o fim de agosto com "Aquilo de que Somos Feitos", de 2000 (hoje e amanhã), "Encarnado", de 2005 (dias 18 e 19) e "Formas Breves", de 2002 (dias 25 e 26).