São Paulo, terça-feira, 11 de outubro de 2011

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CRÍTICA COMÉDIA

Filme sobre troca de corpos tem humor de piada mal contada

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

Saem Glória Pires e Tony Ramos. Entram Jason Bateman e Ryan Reynolds. Em vez de "Eu Queria Ter a Sua Vida", o filme poderia se chamar "Se Eu Fosse Você 3"; poucos notariam diferenças.
A situação manjada só se reproduz na produção norte-americana sem o poder de subverter os tradicionais papéis masculino e feminino.
Dave é um advogado bem-sucedido, amarrado a um casamento estável e feliz papai de dois pimpolhos. Mitch, seu melhor amigo da juventude, vive o descompromisso de ser solteiro, não tem emprego e mantém a fama de garanhão.
Até que acontece um apagão hollywoodiano e um vai parar no lugar do outro, mantendo a consciência.
A inversão é um recurso cômico eficiente, cuja graça vem de vermos algo fora do lugar e os inevitáveis distúrbios que isso provoca. Muitas e loucas comédias foram feitas a partir disso.
Mas o humor de "Eu Queria Ter a Sua Vida" é como o das piadas ruins. Quem conta explode de rir, enquanto quem ouve espera uma gargalhada que nunca chega.
Na falta de um roteiro aloprado, o filme fica na dependência da dupla de atores conseguir provocar risos com suas caras e caretas.
O pouquinho de anarquia necessário à situação logo desaparece no retorno à ordem. E até o desajustado dá um jeito de caber na normalidade.
Há também a tradicional dose de escatologia à base de fezes e peidos, além de cenas de nudez feminina para atender às expectativas masculinas. É pouco até para quem paga meia-entrada.

EU QUERIA TER A SUA VIDA
DIREÇÃO David Dobkin
PRODUÇÃO EUA, 2011
COM Jason Bateman, Ryan Reynolds
ONDE no Jardim Sul UCI e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO ruim


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