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Crítica/"Os Mosconautas no Mundo da Lua"
Retrógrada, animação ambientada na Guerra Fria só vale pelos efeitos 3D
Divulgação
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Cena do filme, em que protagonistas são moscas-astronautas
DA REPORTAGEM LOCAL
O
velho cinema 3D voltou à baila recentemente, impulsionado
pelo avanço tecnológico, pela
necessidade de atrair novamente o público para as salas e
pelo combate à pirataria (afinal, esse tipo de filme ainda é
viável só nos cinemas).
"Os Mosconautas no Mundo
da Lua", que estreou anteontem, é mais um sintoma dessa
fase: uma animação infantil
que passaria largamente ignorada na atual era Pixar, não fosse o artifício do 3D.
O desenho explora bem os
efeitos tridimensionais, que
dão a sensação de que os objetos "saltam" da tela, e isso certamente vai estimular o interesse dos que assistirem a ele
em salas com esse tipo de projeção (que são a minoria no
país).
Despido do 3D, o que sobra é
uma história muito bobinha e
incrivelmente retrógrada, ambientada durante a corrida espacial da Guerra Fria, ou seja,
com todos os velhos estereótipos, como os russos malvados,
os americanos heróicos etc.
Os protagonistas são três jovens moscas (pais: culpem a Pixar e seu rato cozinheiro por
lançarem essa moda dos bichos
nojentos como heróis) que sonham em ser astronautas (daí o
trocadilho do título em português) e embarcam na lendária
missão da Apolo 11.
Quando Neil Armstrong desce na Lua, lá estão as moscas a
acompanhá-lo; quando Houston descobre que eles têm um
problema (causado pelas moscas soviéticas), lá está o trio de
insetos para salvar o dia.
Em suma, um desenho só para os pequenos, e só em 3D.
(MARCO AURÉLIO CANÔNICO)
Avaliação: regular
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