Bruno Morais, Rodrigo Campos e Romulo Fróes se revezam hoje no palco do Auditório Ibirapuera

Além de repertório autoral, músicos mostram sambas clássicos de Batatinha, Ataulfo Alves, Manaceia e Nelson Cavaquinho

Ding Musa/Divulgação

Os cantores Rodrigo Campos, Bruno Morais e Romulo Fróes

DA REPORTAGEM LOCAL

Qualquer lista decente que se faça no futuro com os melhores álbuns brasileiros de 2009 precisa incluir, obrigatoriamente, "São Mateus Não É um Lugar Assim Tão Longe", "A Vontade Superstar" e "No Chão sem o Chão" -o primeiro de Rodrigo Campos, o segundo de Bruno Morais e o terceiro de Romulo Fróes, respectivamente.
Pois é o repertório desses três trabalhos que seus autores mostram em "Seu Olhar Gentil", show coletivo que tem apresentação única na noite de hoje, no Auditório Ibirapuera. O nome do espetáculo, retirado de uma música de Campos, busca enfatizar alguns elementos comuns à música dos três artistas. A delicadeza e a melancolia, sobretudo.

Clássicos
Serão três pocket shows individuais, com meia dúzia de canções cada um, intercalados por números conjuntos. Nesses encontros, o trio constrói a ponte -e aponta semelhanças- entre seus trabalhos autorais e a tradição do samba.
Para estes momentos de conexão, estão programados os clássicos "Imitação da Vida", de Batatinha; "Na Cadência do Samba", de Ataulfo Alves; "Sempre Teu Amor", de Manaceia, e "Quero Sorrir", de Nelson Cavaquinho. Sambas nada ensolarados de sambistas idem.
Geniais justamente por isso.
"Nós três temos isso em comum: pertencemos, cada um a seu modo, a essa linhagem menos festiva da canção brasileira", diz Fróes. "Por isso a liga funcionou tão bem."
Em termos práticos, o show em trio tem outras vantagens. Ao menos por enquanto, só dessa maneira os três jovens artistas têm a possibilidade de lotar os 800 lugares disponíveis na gigantesca plateia do Auditório. "Cada um tem sua forcinha pequenininha. Juntando as três, a gente pode conseguir coisas inimagináveis." (MARCUS PRETO)