especial para a Folha

"Testemunha de Acusação" é um tratado sobre os trâmites do direito penal, sua teatralização e todo seu enveredamento kafkiano.
Também uma aula sobre cinema, teatro e psicanálise, esta obra-prima de Billy Wilder é exibida hoje, às 20h30, na penúltima sessão do ciclo Teatro, Cinema e Psicanálise, na Sala Cinemateca (leia à pág. 4). O diretor teatral Aimar Labaki e a psicanalista Marisa Melega serão mediados pelo também psicanalista Antônio Pessanha para discutir a obra.
Marlene Dietrich e Tyrone Power são Leonard e Christine Vole, casal que procura a ajuda do grande advogado Wilfrid Robarts (Charles Laughton) para que ele tire o rapaz de uma enrascada: está sendo acusado de um crime que diz não ter cometido.
Dali em diante, o que se mostra é o teatro das verdades que cada um apresenta com o rigor de uma fotografia que somente um cineasta como Wilder saberia fazer. É deste filme, adaptação de uma peça de Agatha Christie, a clássica sequência em que Laughton joga o reflexo de seu monóculo nos olhos de Dietrich, dissolvendo sua representação e tentando a verdade. (PAULO SANTOS LIMA)


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