ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

Hoje e amanhã, Zélia Duncan se transformará em outras mulheres. E elas não são as mesmas do CD "Eu me Transformo em Outras", lançado pela cantora neste ano, com gravações de peças históricas da música brasileira.
"Se fossem as mesmas [mulheres] não era bem uma transformação, certo?", diz Zélia, justificando as novas escolhas, que vão desde a incorporação de divas do jazz até o ataque ao blues, à música folk, ao rock e a blacks e pops.
A cantora diz que "a saga continua" e promete mostrar "um monte de músicas" que tem a ver com o que gosta de ouvir, "a maioria em inglês dessa vez". No repertório entram Ella Fitzgerald, Ben Harper, Joni Mitchel, Holy Cole e Neil Young.
"Deve rolar um blues de umas mulheres que se chamam Saffire, algumas músicas em português também e uma versão de "There Will Never Be Another You", que Arthur Nestrovski [articulista da Folha] fez para mim. Minha onda é sair misturando mesmo."
A seleção foi feita pelo "prazer de cantar". "A maioria nunca cantei, será a primeira vez assim em público, uma brincadeira muito boa, sem compromisso", explica.
O show das novas "outras" de Zélia encerra o ano do projeto "Credicard Vozes" do Bourbon Street, que estreou em outubro com Daniela Mercury cantando clássicos da MPB com arranjos jazzísticos, e seguiu em novembro com Fernanda Abreu cantando funk, hip hop, soul e samba.
Para o ano de 2005, Zélia Duncan já tem programação cheia. "Em janeiro deve rolar show no Sesc Pinheiros com Naná Vasconcelos, baseado no repertório do disco dele com Itamar Assumpção. Em seguida entro em estúdio com Hermínio Bello de Carvalho, como produtora, para fazermos um CD de inéditas dele, com parceiros e vários cantores. Em fevereiro, será minha vez de gravar o próximo inédito e lançar o DVD do show "Eu Me Transformo em Outras". Ufa!", desabafa.