|
Próximo Texto | Índice
Pet Shop Boys faz show "audiovisual"
Dupla inglesa retorna ao Brasil depois de três anos e apresenta seus sucessos no Credicard Hall, na sexta e no sábado
Em entrevista, o vocalista Neil Tennant descreve a importância da imagem para a dupla e a visão que tem da música pop atual
Divulgação
|
Chris Lowe (esq.) e Neil Tennant são os Pet Shop Boys |
DA REPORTAGEM LOCAL
"Um cabaret musical retrô-futurista." Assim era a concepção do último show que o Pet
Shop Boys realizou em São
Paulo, no Tim Festival de 2004.
Para a apresentação que a dupla inglesa realiza nesta semana, o mote será: "Uma noite de
entretenimento eletrônico".
Neil Tennant, vocalista do
Pet Shop Boys, e seu parceiro
Chris Lowe, responsável pela
programação musical do duo,
tocam na sexta-feira e no sábado no Credicard Hall.
Se em 2004 a dupla foi acompanhada por guitarrista, tecladista, várias dançarinas e 3.500
quilos de equipamentos, este
novo show será mais enxuto -e
econômico. A apresentação é
focada apenas em Neil e Chris.
"É uma performance multimídia, pelo menos é o que pretendemos. Da última vez que
fomos a São Paulo, levamos
guitarristas, baixista. Desta vez,
será mais eletrônico", disse
Neil Tennant à Folha. "Teremos vários vídeos, que são importantes para realçar o entretenimento.
E como a música é
eletrônica, chamamos [os
shows] de "Uma noite de entretenimento eletrônico"."
Não é de hoje que a banda dá enorme importância à imagem. Desde que se juntaram,
no início dos anos 80,
Neil Tennant e Chris
Lowe trazem para seus
clipes, sessões de fotos,
capas de discos e cenários
de shows temas como homossexualismo -Tennant é
gay-, Aids, a decadência roqueira, a celebração da
disco music...
Em turnê realizada na
Europa, no final do ano
passado, os Pet Shop Boys
levaram ao palco três
enormes cubos desmontáveis em que eram projetados vários filmes.
"Não poderemos levar
esses cubos, não é possível transportá-los. De
tridimensional, a produção tornou-se bidimensional. Mas adicionamos mais filmes, mais
luzes. Acho que ficou ainda
mais impactante."
Alma pop
Feita por meio de equipamentos eletrônicos, a música
do Pet Shop Boys é de alma
profundamente pop. "Being
Boring", "West End Girls",
"Domino Dancing", "Can You
Forgive Her?" e canções mais
recentes, como "I'm with Stupid", têm melodias quase irretocáveis, levadas pelo vocal
agridoce de Tennant.
Essa aparente ternura não
deve ser confundida com conformismo ou leniência. "O pop
pode ser bem agressivo também. Você pode encontrar
agressividade em músicas da
Britney Spears, por exemplo",
brinca Tennant.
O que leva a conversa ao aparecimento de novas bandas roqueiras que têm parentesco
com o pop. "Há alguns anos, vimos o surgimento de novas
bandas de rock, Franz Ferdinand, The Killers, Arctic Monkeys, que possuem uma sensibilidade pop. Eles lançaram
discos realmente
bons. Elevaram a
qualidade da música pop. A dance
music, por sua vez,
não acho que esteja
tão interessante."
Britpop
Entre os novos
artistas pop, Tennant destaca as
cantoras britânicas
Lily Allen e Amy
Winehouse.
"Vou ver a Amy
Winehouse hoje à
noite em Londres
[na verdade, iria;
no dia, Winehouse cancelou o
show que faria no Shepherd's
Bush Empire]. Em sua música,
ela faz uma volta até os anos 60,
e fazia tempo que não tínhamos
ninguém assim. Tem influências de soul, r&b... Já a Lily
Allen representa as garotas britânicas hoje. Gosto do que ela
fala em suas canções."
Um dos projetos mais ambiciosos do Pet Shop Boys foi "sonorizar" o filme "O Encouraçado Potemkin" (1925), um clássico do cinema mudo dirigido
por Sergei Eisenstein (1898-1948). A banda compôs trilha
erudita e a apresentou, ao lado
da Sinfônica de Dresden, na
Trafalgar Square, em Londres,
em setembro de 2004.
Segundo o vocalista, a dupla
não tem planos de
realizar novo projeto
do tipo. "Estamos
nesta turnê até o
meio deste ano. Apenas no ano que vem
devemos pensar
num próximo álbum."
(THIAGO NEY)
PET SHOP BOYS
Quando: sex. e sáb., às 22h
Onde: Credicard Hall
(av. das Nações Unidas, 17.955, tel. 6846-6010)
Quanto: a partir de R$
130
Próximo Texto: Por que ir Índice
|