São Paulo, quarta-feira, 14 de abril de 2010

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Crítica/"Americano Radical: as Provações de Norman Finkelstein"

Filme retrata polemista como mártir

FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

S e não fosse judeu nem tivesse uma família devastada pelos campos de concentração do regime nazista, o cientista político Norman Finkelstein seria apontado como um antissemita clássico. O paradoxo entre sua história pessoal e suas posições políticas, no entanto, reveste de credibilidade a artilharia pesada que lança sobre o conflito palestino-israelense e o apoio norte-americano à política externa de Israel.
Autor do polêmico "A Indústria do Holocausto", Finkelstein denuncia a exploração política e ideológica do extermínio nazista pelas organizações judaicas internacionais. Defende que as atrocidades do Holocausto são usadas por Israel como justificativa da opressão infligida ao povo palestino.
Venerado por uns, odiado por outros, Finkelstein é acompanhado pelos diretores Nicolas Rossier e David Ridgen em debates, palestras e em suas viagens periódicas ao Oriente Médio, quando visita amigos na Cisjordânia. O filme mostra que sua retórica inflamada arranca tanto lágrimas de revolta como aplausos calorosos dos que se dispõem a ouvi-lo. E aponta as tais provações de sua resiliência política: em 2007, ele foi destituído do cargo de professor na Universidade DePaul, em Chicago, e, em 2008, foi proibido de entrar em Israel por dez anos por questões de segurança.
Esteja ele certo ou errado, "Americano Radical" expõe a trajetória de um polemista que escolheu um caminho árduo e que insiste, mesmo que questione diante das câmeras: "Será que isso vale a pena?".


AMERICANO RADICAL: AS PROVAÇÕES DE NORMAN FINKELSTEIN

Direção: Nicolas Rossier e David Ridgen
Quando: hoje, às 19h no Espaço Unibanco de Cinema, em São Paulo
Avaliação: bom




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