|
Texto Anterior | Índice
SHOW
Grupo escocês se apresenta pela primeira vez no Brasil, onde tocará músicas dos três CDs da carreira, além de inéditas
Mogwai faz pop "para poucos" na cidade
CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL
Não deverão ser dos mais fáceis
os shows que o quinteto escocês
Mogwai fará hoje e amanhã à noite no palco do Sesc Vila Mariana.
Quando lançou o terceiro disco,
"Rock Action", há um ano, a banda alcançou um novo estágio dentro do pop. O disco entrou em boa
parte das listas de melhores de
2001, e o Mogwai passou a ser figura fácil nos festivais mais importantes da Europa.
O bizarro é que o som de "Rock
Action", lançado no Brasil pela
Trama, não é nada fácil. Ao mesmo tempo em que o grupo cresceu, atraiu mais público e mais
mídia, optou por sons menos óbvios, menos cantaroláveis.
No álbum, o Mogwai se mostra
lento, psicodélico, arrastado...
quase progressivo. Só que o resultado é um disco de pop rock maduro, desencanado de fórmulas,
imprevisível e, por tudo isso, muitíssimo interessante.
Aproximou-se mais de contemporâneos como Sigur Rós e afastou-se de referências de seu passado nem tão remoto, como Sonic
Youth e My Bloody Valentine.
Guns
Ao vivo, o quinteto escocês costuma alternar momentos totalmente experimentais e viajantes
-uma das músicas do set list dura quase 20 minutos- e canções
pop, de levada mais simples. É o
caso da linda "Take Me Somewhere Nice", que está em "Rock
Action", construída a partir de
guitarra melódica e de um tímido
teclado moog.
Em entrevista à Folha, o guitarrista e vocalista, Stuart Braithwaite, prometeu que os shows no
Brasil serão "inusitados". "Como
nunca estivemos no país, vamos
tocar coisas bem diferentes, de todos os discos, além de músicas
novas. Vai ser divertido."
Além dos shows em São Paulo,
o grupo toca sexta-feira, em Belo
Horizonte, dentro do festival Eletronika Telemig Celular. No sábado, o Mogwai toca no Rio, em festa do selo independente Midsummer Madness.
Braithwaite diz que a vinda ao
Brasil fecha um ciclo importante
na carreira da banda. "Sempre
nos pareceu algo muito distante
tocar na América do Sul. O show
no Brasil é um exemplo das coisas
legais que têm acontecido na nossa história", diz.
Formada em Glasgow, em 96, a
banda já está com o quarto disco
engatilhado. "As músicas estão
prontas, estamos ensaiando bastante as faixas antes de gravar. Vamos tentar fazer algumas delas ao
vivo aí no Brasil", adianta.
O inusitado som do Mogwai começa nas influências dos integrantes. Braithwaite cita entre as
mais comuns Black Sabbath, Velvet Underground, Joy Division... e
Guns'n'Roses. "Cada um na banda gosta de coisas muito diferentes. Acho que as únicas bandas de
que todos gostam são Joy Division e Guns'n'Roses", diz.
Há também espaço para um namorico com a música eletrônica,
influência que ficou mais evidente
na sonoridade de "Rock Action".
MOGWAI - Quando: hoje e amanhã, às
21h. Onde: Sesc Vila Mariana (r. Pelotas,
141, Vila Mariana, tel. 5080-3000).
Quanto: de R$ 7,50 a R$ 20.
Texto Anterior: Londres: Ficção foca solitários da classe média Índice
|