São Paulo, terça-feira, 14 de setembro de 2004

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ARTES PLÁSTICAS

Produção de argentinos e portugueses também é exposta

Mostra apresenta obras da nova geração brasileira

Divulgação
Obra do artista Marco Giannotti, que integra mostra da galeria Virgilio


IRINEU FRANCO PERPETUO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Funcionando há dois anos no bairro de Pinheiros, a galeria Virgilio abre hoje, às 20h, a mostra coletiva "Outro Lugar", com enfoque na produção brasileira a partir dos anos 80 e na nova geração, não apenas do Brasil, mas também de Portugal e Argentina.
Ao todo, são 72 obras de 36 artistas, resumindo a trajetória da galeria, que se pretende uma alternativa no mercado de arte, tentando dar visibilidade à produção de artistas jovens contemporâneos e de criadores surgidos principalmente a partir dos anos 80. Os preços dos trabalhos variam de R$ 500 a R$ 25 mil.
"Estou no meio desde o início dos anos 80, quando, com meu marido, o artista plástico Osmar Pinheiro, iniciamos o Salão Arte Pará", conta Izabel Pinheiro, diretora da galeria. O salão paraense é realizado desde 1982 pela Fundação Romulo Maiorana, e constitui um dos eventos mais importantes da região.
Osmar Pinheiro, que também está representado na mostra, nasceu em Belém, em 1950, morou em Berlim e, desde os anos 90, está radicado em São Paulo. Participou das bienais de Havana, Quenca e São Paulo.
"A partir dos anos 90, comecei a trabalhar com artistas como Marcos Giannotti, Marcos André e Afonso Tostes. Desde então, tenho me dedicado à geração mais nova", diz Izabel. A faixa etária dos jovens criadores incluídos oscila entre 20 e 40 anos de idade, que, para ela, caracterizam-se por "um experimentalismo muito forte, e estão desvinculados de uma escola mais rígida".
A maior representação é a da pintura, mas também há escultura, desenho, vídeo, instalação, fotografia e gravura. O recorte geográfico é amplo, abrangendo do Rio de Janeiro (Afonso Tostes) ao sul do Pará (Marcone Moreira), passando pelo Paraná (Rogério Gomes), Fortaleza (Nazareno) e Recife (Alexandre Nóbrega).
Tal diversidade reflete um pouco a política da galeria, que pretende realizar mapeamento intensivo e sistemático da produção jovem, com um trabalho de coleta de informações que inclui visitas a ateliê, exposições institucionais, espaços culturais e grupos de artistas associados .
De São Paulo, a diretora da galeria destaca Wagner Malta Tavares, Rafael Campos, Felipe Cohen e Ana Paula Oliveira: "os quatro têm um potencial muito bom, e um diálogo próximo. Os artistas jovens estão conversando mais entre si, sem render muita homenagem às escolas".
Além da troca de informação entre si, e da pouca reverência ao passado, a nova geração, para Pinheiro, tem "um atrevimento de que eu gosto muito". "Eles estão falando de um mundo de hoje", afirma.

OUTRO LUGAR. Abertura: hoje, às 20h. Quando: de seg. a sex., das 10 às 19h; sáb. e feriados, das 10 às 18h. Até 09/10. Onde: Galeria Virgilio (r. Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 426, tels. 3062-9446 e 3061-2999).Quanto: entrada franca.


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