São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 2002

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FESTIVAL

"Maratona" leva 20 bandas ao Anhembi e tenta corrigir os erros de 2001, quando a festa terminou em confusão

Reggaeiros têm segunda chance em SP

Fernando Moraes - 4.jun.2002/Folha Imagem
A banda paulistana Planta & Raiz, que está entre as atrações do festival "A Maratona do Reggae", que acontece hoje no Anhembi


DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Todo o quebra-pau que se formou em frente ao estacionamento do Anhembi no ano passado, quando público e policiais se enfrentaram por causa da superlotação no local, parece não ter frustrado completamente a esperança dos reggaeiros da cidade.
"A Maratona do Reggae", que leva hoje ao Anhembi 18 bandas do reggae nacional e duas atrações internacionais, Midnite e Peter Broggs, deve funcionar como uma segunda chance para fãs e seguranças provarem que 27 mil pessoas -público máximo estipulado pelo Contru para o evento- podem, sim, passar 12 horas de paz e música.
"Depois de 20 anos batalhando pelo reggae, não acho que um incidente como o do ano passado possa estragar tudo", afirma Fauzi Beydoun, 44, líder da veterana Tribo de Jah, que volta a tocar neste ano. "Essa é uma oportunidade de ouro para as bandas de todo o país mostrarem o seu som em São Paulo."
"Desta vez, estamos nos cercando de todas as providências necessárias, como o aumento do número de policiais, a ampliação do número de catracas e uma maior rigorosidade com os ingressos falsos", diz Silvio Palmeira, 50, da produtora GMG, que assumiu esta segunda edição do evento. "O importante é salientar que, se acabarem os ingressos, não adianta vir que não vai entrar."

Menos ingressos
Com menos ingressos -no ano passado calcula-se que foram vendidos cerca de 60 mil- e diante do receio dos investidores em apostar novamente no festival, o jeito foi deixar cachês grandes do reggae nacional de lado, como o Natiruts e o Cidade Negra, e dar vez às bandas independentes da nova cena, agora não mais confinada aos litorais.
"Estamos trazendo grupos do Rio Grande do Sul [Pure Feeling], do Paraná [Djambi], do Espírito Santo [Macucos], da Bahia [Adão Negro]", diz Palmeiro.
"As bandas precisam ter certo desprendimento e tocar mais pela paixão ao reggae. O importante é mostrarmos para possíveis investidores que, assim como o rock, o reggae cresceu muito no Brasil", completa Fauzi, integrante da Tribo de Jah, que lança álbum comemorativo de 15 anos e encerra o festival.
Das atrações internacionais, o Midnite vem das Ilhas Virgens, no Caribe, e o veterano Peter Broggs, que toca também pela primeira vez no Brasil, é um legítimo representante do roots jamaicano.


A MARATONA DO REGGAE.
Quando: hoje, a partir das 18h.
Onde: Anhembi (av. Olavo Fontoura, 1.200, Santana).
Quanto: R$ 25.
Postos de venda: Johnny B. Goode (r. 24 de Maio, 116, lojas 14 e 19), Delfa (r. 25 de Março, 641, 8º andar) e Free Ride (r. Cipriano Tavares, 109, Osasco).
Informações pelo telefone:
3846-0600.


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