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ERUDITO
Programação tem seis óperas, só duas italianas
Municipal se renova e privilegia os compositores pouco tocados
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Teatro Municipal de São Paulo acordou. Os espetáculos programados para a temporada de
assinantes de 2003 trazem muitas
e boas inovações que, se derem
certo, enterrarão de vez as mesmices que agradam apenas o conservadorismo estético no repertório lírico e sinfônico.
Serão seis óperas, com cinco
montagens e uma apresentação
em concerto. Mas a quantidade
não é o mais importante. Serão
apenas duas as óperas italianas,
"Falstaff", da fase final de Giuseppe Verdi, e "O Chapéu de Palha de
Florença", de Nino Rota, conhecido por suas trilhas para Fellini.
O Municipal, por fim, montará
novamente uma ópera de Richard Wagner. Será "Lohengrin",
em agosto. Richard Strauss terá a
sua "Salomé", de 1905, encenada
em outubro. O repertório francês
é representado pelos "Contos de
Hoffmann", de Jacques Offenbach, enquanto o russo -única
produção em concerto- trará
"Édipo Rei", de Igor Stravinski.
Ópera italiana é fundamental.
Mas o paladar lírico do paulistano
foi viciado pelos empresários, justamente italianos, que foram no
passado os verdadeiros donos da
programação do teatro. Com isso,
o público daqui conhece pouco as
óperas alemãs, russas, francesas.
As assinaturas começaram a ser
vendidas ontem e, para o conjunto de espetáculos (as óperas, nove
concertos sinfônicos e quatro espetáculos de balé), custam de R$
150 a R$ 860. Entre os concertos
da temporada, estarão entre os
solistas o pianista Nelson Freire e
os violinistas Cláudio Cruz e Boris
Belkin.
Quanto ao repertório, o diretor
Ira Levin radicaliza a política de
fazer a Sinfônica Municipal enveredar por compositores pouco interpretados. Fará dois Mahler, a
"Terceira" e o trecho póstumo da
"Décima", a "Quinta" de Nielsen,
a "Quarta" de Chostakovich, dois
concertos para violino e uma sinfonia de Prokofiev.
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