São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997.



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Meine admite queda do metal

MARCELO NEGROMONTE
free-lance para a Folha

A final do festival Skol Rock, que acontece hoje, em São Paulo, terá como atração principal uma banda cujo vocalista gosta de Wallflowers, No Doubt, Chumbawamba e Oasis.
Longe de ser qualquer integrante do Hanson, esse é Klaus Meine, 49, o alemão veterano vocalista do Scorpions, uma das maiores bandas de heavy metal do mundo, que está com baterista novo, James Kottak.
"Estou com os pés no presente e no futuro", diz o velho Meine, que continua louvando Ozzy Osbourne e Judas Priest.
Em turnê do mais recente álbum "Pure Instinct", o Scorpions também se apresenta amanhã, em Belo Horizonte, e segunda, no Rio.
De Los Angeles, Meine falou à Folha sobre o futuro do heavy metal, que vem perdendo público nos últimos 20 anos.

Folha - Quando o Scorpions veio para o Rock in Rio, em 85, vocês tocaram "Cidade Maravilhosa". Pretendem tocar algo brasileiro agora?
Klaus Meine -
Esse foi o melhor show da minha carreira, em que tocamos para cerca de 350 mil pessoas. Não tinha pensado sobre isso, mas talvez nós toquemos alguma música brasileira.
Folha - A cena heavy metal perdeu aquela importância que tinha nos anos 70 e 80. O público ficou mais velho ou diminuiu mesmo?
Meine -
O heavy metal não está ditando o mundo como fazia antes. A perda da popularidade tem muito a ver com geração. Os fãs que tinham 15 anos há 20 anos ouvem outras coisas agora. E os que têm 15 hoje procuram coisas novas. Existe muito mais bandas e estilos musicais hoje do que há 10, 20 anos, apesar de haver espaço para todos.
Folha - Das bandas novas, você gosta de quais?
Meine -
Ouço muito Wallflowers, Chumbawamba também é muito interessante, "Tragic Kindom", No Doubt é bem legal. Além de "OK Computer" (Radiohead), Aerosmith e Oasis.
Folha - Você não acha que pode decepcionar seus fãs com essas preferências?
Meine -
Acho que não. Estou com meus pés no presente e no futuro.
Continuo gostando de Ozzy Osbourne, que é uma figura maravilhosa, Judas Priest, AC/DC, Metallica, que sempre continuarão existindo, mesmo se um dia o heavy metal acabar.



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