DIEGO ASSIS
DA REDAÇÃO

Um dos pioneiros da cena hardcore de Nova York, o Agnostic Front inicia hoje por São Paulo miniturnê -passando por Catanduva, no sábado, e pelo Rio de Janeiro, no domingo- de divulgação do álbum "Dead Yuppies", o décimo de sua carreira, no país.
O show acontece na Broadway, com abertura do também veterano do HC paulista Lobotomia e da banda alemã Gee Strings, que acompanhará o Agnostic nas outras cidades.
Formada em 1982 pelo guitarrista Vinny Stigma e pelo vocalista Roger Miret, a banda vem ao Brasil com o baterista James Collette e o baixista Mike Gallo -que só entrou para o grupo no ano passado.
Se seguir a linha da última apresentação no Chile -"um dos melhores shows da minha vida", nas palavras de Miret-, os fãs podem aguardar um repertório com faixas de "Dead Yuppies" (2001) e outras dos clássicos "Victim in Pain" (1984), "Cause for Alarm" (1986) e "Liberty and Justice For..." (1987).
"Acho que chegamos ao final de um ciclo. Somos uma banda há duas décadas, com altos e baixos, mas nunca desistimos de vez", disse o vocalista em entrevista à Folha na última segunda-feira.
"Muitos dos que começaram na mesma época que a gente desistiram de ser músicos ou resolveram fazer outra coisa. Nós somos irmãos, crescemos juntos. O hardcore tem sido a nossa vida nestes 20 anos."
Casados, com filhos e família, os integrantes do Agnostic Front são de fato os últimos sobreviventes do movimento que trouxe às ruas bandas como Minor Threat, Black Flag e Dead Kennedys.
Apesar do contrato com a Epitaph (um dos principais selos de punk/HC dos EUA) e de sua vasta discografia, sobreviver não parece tão fácil assim para os músicos do Agnostic. "Não conseguimos sobreviver financeiramente de tudo o que fizemos. Sempre temos de voltar aos nossos trabalhos originais." Por originais entenda-se mecânico da Harley-Davidson, no caso de Miret, e dono de um estúdio de tatuagem, no caso de Stigma, entre outros bicos.
"Nunca conseguimos comprar nossas próprias casas com o dinheiro dos shows. Fazemos isso por amor, é como se fossem grandes férias, em que podemos fazer amigos, mas não há um grande cheque no final."