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MOSTRA BR DE CINEMA
Grupo de músicos-atores Leningrad Cowboys toca em dois shows na abertura do festival paulistano
Finlandeses aterrissam com rock e vodca
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
"Nosso objetivo é este: nos tornarmos grandes por aqui em uma
semana." Teoria da conspiração,
discurso marketeiro e tiração de
sarro. Um pouco de cada um desses ingredientes, aleatoriamente
distribuídos entre os dez Leningrad Cowboys, é o que pode esperar o cinéfilo paulistano que fôr à
festa de abertura da 26ª Mostra
BR de Cinema, no DirecTV Music
Hall, hoje e amanhã.
A idiossincrática e topetuda
banda finlandesa faz dois shows
por aqui, sendo que o segundo,
amanhã, será aberto ao público
mediante a troca do ingresso por
um quilo de alimento. No repertório, standards de bandas como
Rolling Stones, Beatles, Steppenwolf e Lynyrd Skynyrd, ao lado de
composições próprias, com sugestivos nomes do tipo "Drink
Beer Polka".
"Nossa música é rock'n'roll
com um tempero do leste", adianta o tecladista Mauri. "E de vodca,
tequila, cerveja...", complementa
Pemo, o trompetista da banda,
que, além do bom humor, traz à
cidade "Absolutamente Los Angeles" (sessões em 20, 26 e 31/10),
dirigido pelo finlandês Mika Kaurismäki, e os road movies pastelões "Os Cowboys de Leningrad
Encontram Moisés" (20, 21 e 24/
10) e "Os Cowboys de Leningrad
Vão para a América" (20, 24, 31/
10), do irmão e diretor Aki Kaurismäki.
"É um documentário sobre a
banda", conta Mauri. "Um "documentário de ficção" que começa
na Sibéria, vai para Nova York,
Estados Unidos, Europa e depois
retorna à Sibéria."
Apesar da postura jocosa e do
esculacho com os personagens do
comunismo russo, a banda garante que já levou 200 mil pessoas
para assistir a seu rockabilly na
antiga União Soviética. "Foi em
1988. O público nos adorou. Os
"milis" [policiais] é que não entenderam nada", lembra o tecladista.
No Brasil, agora: "Espero realmente que as pessoas enlouqueçam depois de duas horas de circo".
Surgidos em meados dos anos
80, os Leningrad Cowboys também não levam muito a sério o
número de discos lançados. "Esses são os oficiais", desdenha
Mauri em relação aos mais famosos (?) "We Cum from Brooklyn",
"Total Balalaika Show" e "Terzo
Mondo", lançados por majors como a BMG.
Mesmo vivendo de tocar e de
atuar -e de "dirigir tratores", insistem para que acreditemos-,
os caubóis finlandeses dizem que
hoje estão sem contrato nenhum
com gravadoras.
Parece outra brincadeira, mas
grande parte de sua renda hoje
vem da comercialização de produtos como a vodca, a cerveja e
até o telefone celular dos Leningrad Cowboys. "Se fôssemos tão
populares por lá [na Finlândia],
não teríamos de estar aqui. Agora
temos de tentar vender também a
vocês nossa cerveja", diz Pemo.
LENINGRAD COWBOYS - onde: DirecTV
Music Hall (av. dos Jamaris, 213, Moema,
tel. 5051-5999). 18 anos. Quando: hoje
(para convidados e assinantes com
permanente integral) e amanhã, às
21h30. Ingressos (de amanhã): gratuitos
para titulares de pacotes promocionais
da Mostra e/ou trocáveis por 1 kg de
alimento na Central da Mostra (av.
Paulista, 2.073, Cerqueira César), das 10h
às 21h. Patrocinador: Petrobras.
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