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SHOW
Quinteto californiano de heavy metal toca hoje em São Paulo três anos após "se apresentar pela última vez"
Suicidal Tendencies mostra que está 'vivo'
PEDRO CIRNE DE ALBUQUERQUE
free-lance para a Folha
Três anos após sua primeira
apresentação no Brasil, o quinteto
californiano Suicidal Tendencies
retorna ao país para mostrar que
ainda "ainda está vivo".
Em dezembro de 1994, quatro
meses após tocar no festival Phillips Monsters of Rock, em São
Paulo, o quinteto de heavy metal
fez o seu "último show", dissolvendo-se em seguida.
"O Suicidal sempre foi, para
nós, mais do que uma banda: era o
nosso jeito de viver. Eu não acredito que, como estávamos, nós
poderíamos gravar um álbum do
qual nos orgulharíamos. Nós fizemos mudanças, e estamos prontos para gravar um disco que as
pessoas ouvirão daqui a 30 anos e
dirão 'Nossa, esse disco é ótimo!'.
Isso não poderia ser feito com a
antiga banda", disse Mike Muir,
vocalista e líder do grupo, à Folha,
em entrevista concedida por telefone, de Venice, EUA, onde mora.
Entre as mudanças no Suicidal
estão a inclusão de três novos
membros: o guitarrista Dean
Pleasants, o baterista Brooks
Wackerman e o baixista Josh
Paul, que, juntos com o guitarrista Mike Clark, completam a nova
formação do grupo.
Pleasants e Wackerman já tocavam com Muir em seu projeto paralelo, a banda de "funk-punk-
heavy-metal" Infectious Grooves.
Robert Trujilo, considerado um
dos grandes baixistas de rock pesado da atualidade, era o único
membro do Suicidal que acompanhava Muir nos Infectious, mas
saiu das duas bandas durante esse
período de transição.
Letras pesadas
Uma marca nas canções do Suicidal é que elas possuem letras
longas, intimistas e, em sua grande maioria, extremamente tristes.
"Eu acho que a coisa mais triste
no mundo é quando uma pessoa
está infeliz e coloca um sorriso no
rosto, com medo de que alguém
perceba que algo está errado. Meu
pai sempre me disse: 'Se há um
problema, você lida com ele, porque, se você não o fizer, ele vai
piorar'. Honestidade é muito importante. Há um ponto em que
você tem de dizer: 'Sabe de uma
coisa? Eu não estou feliz, tenho de
fazer algo sobre isso. E beber não
vai ajudar!"', afirmou Muir.
Esse é o espírito das músicas do
Suicidal, como "How Will I
Laugh Tomorrow?" ("Como Rirei Amanhã?") e "Nobody Hears"
("Ninguém Ouve"), que não devem faltar no show de hoje.
Muir conta que planeja gravar
um novo álbum, apenas com músicas inéditas. Neste ano, a gravadora da banda lançou "Prime
Cuts", uma coletânea com 15 faixas, sendo que apenas duas delas
eram inéditas.
"É um disco da gravadora, não
temos nada a ver com ele. Nós não
estamos em turnê para divulgá-lo,
mas para mostrar o que faremos
no futuro", diz Muir.
Show: Suicidal Tendencies
Abertura: Ratos do Porão
Quando: hoje, às 21h30
Onde: Palace (av. dos Jamaris, 213,
Moema, tel. 531-4900)
Quanto: R$ 25 (pista) e R$ 35 (camarote)
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