Cantora faz show de "Berinbaum" hoje e amanhã

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não importa o que Paula Morelenbaum faça: Tom Jobim está sempre presente. A cantora, esposa do violoncelista Jacques Morelenbaum, passou dez anos cantando ao lado do pianista, em sua Banda Nova.
Depois disso (e com um álbum solo com participação de Jobim no meio do caminho), ela se meteu em mais dois projetos dedicados ao maestro.
Em seu segundo trabalho solo, "Berinbaum", de 2004, resolveu focar em Vinicius de Moraes -mas é claro que Jobim também aparecia com destaque. Agora, três anos depois, a cantora faz show "de lançamento" do disco na cidade.
"Estou muito feliz, finalmente consigo cantar esse disco em São Paulo", diz ela. "Antes desse, só cantei aqui no Baretto, muito pequeno, e em um projeto específico do Centro Cultural Banco do Brasil. Foi por pouco: a turnê está acabando."
Em seu disco, ela se lançou em espírito de modernização, com influências eletrônicas, samples e afins -exatamente o show que São Paulo verá.
"O meu primeiro disco já era totalmente pop, é um interesse que vem desde sempre", explica. "Não é porque eu cantei com o Tom e adoro bossa nova que não goste de outro tipo de música", afirma.
"Meu disco solo não era uma homenagem ao Tom -apesar de a minha vida inteira ser uma homenagem ao Tom. O meu disco solo eu fiz pensando em mim", diz.
O próximo álbum, avisa, não vai ser de bossa nova, apesar de ainda manter uma relação forte com ela. "A idéia é mostrar uma certa raiz que deu na bossa. Para muita gente, é como se a música brasileira começasse na bossa nova. Quero mostrar que a pré-bossa também é muito rica. Fiz uma pesquisa sobre o que o Tom ouvia, conversei com a mulher dele de quando era novinho, conversei com o Carlos Lyra, já estou com repertório definido."