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ARTES PLÁSTICAS
Trabalhos da artista podem ser vistos em mostras na Estação Pinacoteca, na Pinacoteca do Estado e no MAC USP
Exposições reúnem várias faces de Tarsila
GUSTAVO FIORATTI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Um dos nomes essenciais da irrupção do movimento modernista na São Paulo dos anos 20, a
obra de Tarsila do Amaral (1886-1973) nem sempre se encontra à
disposição do público que visita
os acervos fixos e as exposições
em cartaz na cidade. Três mostras
-na Pinacoteca do Estado, na
Estação Pinacoteca e no Museu de
Arte Contemporânea da USP-
ajudam a quebrar esse jejum.
"A falta de um acervo que reúna
essas obras, assim como outros
trabalhos de modernistas importantes, é uma das grandes falhas
do circuito de museus de São Paulo", critica a historiadora de arte
Maria Alice Milliet, responsável
pela organização da mostra "Mestres do Modernismo", em cartaz
na Estação Pinacoteca.
"Essa retomada espontânea do
trabalho de Tarsila é, portanto,
uma boa oportunidade", destaca
a historiadora.
"É possível ter uma idéia de todos os momentos da produção de
Tarsila por meio dessas exposições. É uma pena que não exista
um lugar que reúna esses trabalhos", observa Maria Alice.
Para esta coleção estilhaçada
pela cidade, a Pinacoteca do Estado contribui com duas obras, expostas na mostra "Mulheres Pintoras" (em cartaz somente até hoje), com trabalhos de mulheres
que, ao longo do século passado,
se destacaram no cenário das artes plásticas brasileiras.
Entre os trabalhos, uma das telas, "Natureza Morta" (1918),
exemplifica a produção da jovem
Tarsila que antecede o movimento modernista. Trata-se de uma
obra que ainda traz características
do academicismo e da tradição de
pintar por observação.
Destaque
Ainda na Pinacoteca está "Manacá" (1927), esta sim uma obra
emblemática das idéias modernistas de Tarsila, o que se traduz
na maior importância desse trabalho entre os expostos na Estação Pinacoteca e no MAC da USP.
"Manacá" já apresenta as paisagens brasileiras por meio de formas geométricas, revelando a
pesquisa de Tarsila em busca de
cores muito específicas para retratar a diversidade da natureza
do país.
A fase em que se insere essa
obra, chamada de "Pau-Brasil", e
que enfatiza a busca por uma
identidade nacional nas artes, está
representada pela tela "Carnaval
em Madureira" (1924), exposta na
mostra "Mestres do Modernismo", na Estação Pinacoteca (realizada em parceria com a Fundação José e Paulina Nemirovsky).
Da mesma fase pertence "A Negra", que estava emprestada para
o Museu de Arte Moderna de Tóquio e volta a ser exposta na próxima semana no MAC da USP.
Após o lançamento do "Manifesto Antropofágico" de Oswald
de Andrade, em 1928, Tarsila passa a produzir sob inspiração do
projeto oswaldiano, e daí surgem
telas como "Floresta", que está no
MAC da USP, e "Antropofagia",
que está na Estação Pinacoteca,
junto a "Operários" (1933), a mais
representativa obra da chamada
fase social, na produção da artista
modernista.
MESTRES DO MODERNISMO. Onde:
Estação Pinacoteca (r. General Osório, 66,
Luz, região central, tel. 3337-0185).
Quando: ter. a dom.: 10h às 18h. Até
junho/2005. Quanto: R$ 4 (p/
estudantes: R$ 2, sáb.: grátis).
MULHERES PINTORAS. Onde:
Pinacoteca do Estado (pça. da Luz, 2,
Bom Retiro, região central, tel. 3229-9844). Quando: até hoje, das 10h às 18h.
Quanto: R$ 4 (p/ estudantes: R$ 2, sáb.:
grátis).
MAC USP (r. da Reitoria, 160, Cidade
Universitária, região oeste, tel. 3091-3039). Quando: Ter. a sex.: 10h às 19h.
Sáb. e dom.: 10h às 16h. Em cartaz por
tempo indeterminado. Quanto: grátis
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