São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2008

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Bonomi apresenta vigor da gravura

Retrospectiva na Pinacoteca tem 150 trabalhos de várias fases da artista, da obra gráfica à arte pública

MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O vigor físico empreendido na realização da gravura está presente em toda a retrospectiva dedicada à obra de Maria Bonomi, 73, em cartaz na Pinacoteca do Estado até o dia 7 de dezembro.
Apesar de a mostra incorporar outros aspectos da produção de Bonomi, como a instalação e a arte pública, a gravura é o eixo da seleção da curadora Ana Maria Belluzzo para a exposição, que tem 150 trabalhos.
"São 50 anos de carreira. Eu trabalhei com diversas linguagens, mas a gravura me deu tudo. Continuei o trabalho de Livio Abramo [1903-1992, um dos mais importantes gravadores brasileiros] e, com a arte pública, acho que dou mais visibilidade a uma arte que poderia ser só intimista", afirma ela.
Não à toa, diversas matrizes também são apresentadas na exposição, ressaltando o processo técnico empreendido na confecção das gravuras.
"Mas as matrizes não são só importantes pela técnica, elas exibem diferentes modos de pensar a obra de arte. A gravura, para mim, ganhou o espaço, se expandiu e virou os painéis que podem ser vistos por milhares de pessoas. É como se a gravura tivesse uma imensa tiragem", diz a artista. Para ela, mesmo que artistas de gerações posteriores tenham na gravura seu principal modo de expressão, ela vê o desenvolvimento dessa linguagem como "muito tímido".
"Ainda acho que os gravuristas exibem pouco a sua obra. Por isso, gosto tanto da arte pública", diz ela, lembrando de trabalhos realizados na década de 70, como o painel feito para a igreja da Cruz Torta, no bairro de Pinheiros.
"É uma espécie de gravura tridimensional, com vazios da matriz reproduzidos em um espaço maior", descreve ela, também destacando o painel do clube Sírio, no Planalto Paulista, e outro na fachada de um prédio da avenida Paulista.
Exemplos de suas obras mais engajadas e conhecidas também não faltam, como "Liberdade Condicional", de 1965.

Abstração
Obras de Leopoldo Raimo (1912-2001) são exibidas a partir de hoje na Pinacoteca, com curadoria de Ana Paula Nascimento. A produção de Raimo, aluno de Samson Flexor (1907-1971), vai de pinturas mais construtivas e geométricas a telas mais gestuais.

MARIA BONOMI/ LEOPOLDO RAIMO
Quando: de ter. a dom., das 10h às 18h; até 7/12 (Bonomi) e 7/1 (Raimo)
Onde: Pinacoteca do Estado (pça. da Luz, 2, tel. 3324-1000; classificação indicativa: livre)
Quanto: R$ 4; sáb., entrada franca



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