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Bonomi apresenta vigor da gravura
Retrospectiva na Pinacoteca tem 150 trabalhos de
várias fases da artista, da obra gráfica à arte
pública
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O vigor físico empreendido
na realização da gravura está
presente em toda a retrospectiva dedicada à obra de Maria Bonomi, 73, em cartaz na Pinacoteca do Estado até o dia 7 de dezembro.
Apesar de a mostra incorporar outros aspectos da produção de Bonomi, como a instalação e a arte pública, a gravura é
o eixo da seleção da curadora
Ana Maria Belluzzo para a exposição, que tem 150 trabalhos.
"São 50 anos de carreira. Eu
trabalhei com diversas linguagens, mas a gravura me deu tudo. Continuei o trabalho de Livio Abramo [1903-1992, um
dos mais importantes gravadores brasileiros] e, com a arte pública, acho que dou mais visibilidade a uma arte que poderia
ser só intimista", afirma ela.
Não à toa, diversas matrizes
também são apresentadas na
exposição, ressaltando o processo técnico empreendido na
confecção das gravuras.
"Mas as matrizes não são só
importantes pela técnica, elas
exibem diferentes modos de
pensar a obra de arte. A gravura, para mim, ganhou o espaço,
se expandiu e virou os painéis
que podem ser vistos por milhares de pessoas. É como se a
gravura tivesse uma imensa tiragem", diz a artista.
Para ela, mesmo que artistas
de gerações posteriores tenham na gravura seu principal
modo de expressão, ela vê o desenvolvimento dessa linguagem como "muito tímido".
"Ainda acho que os gravuristas
exibem pouco a sua obra. Por
isso, gosto tanto da arte pública", diz ela, lembrando de trabalhos realizados na década de
70, como o painel feito para a
igreja da Cruz Torta, no bairro
de Pinheiros.
"É uma espécie de gravura
tridimensional, com vazios da
matriz reproduzidos em um espaço maior", descreve ela, também destacando o painel do
clube Sírio, no Planalto Paulista, e outro na fachada de um
prédio da avenida Paulista.
Exemplos de suas obras mais
engajadas e conhecidas também não faltam, como "Liberdade Condicional", de 1965.
Abstração
Obras de Leopoldo Raimo
(1912-2001) são exibidas a partir de hoje na Pinacoteca, com
curadoria de Ana Paula Nascimento. A produção de Raimo,
aluno de Samson Flexor (1907-1971), vai de pinturas mais
construtivas e geométricas a
telas mais gestuais.
MARIA BONOMI/
LEOPOLDO RAIMO
Quando: de ter. a dom., das 10h às
18h; até 7/12 (Bonomi) e 7/1 (Raimo)
Onde: Pinacoteca do Estado (pça. da
Luz, 2, tel. 3324-1000; classificação
indicativa: livre)
Quanto: R$ 4; sáb., entrada franca
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